O presidente argentino, Alberto Fernandez, anunciou na sexta-feira que não concorrerá à reeleição nas eleições de outubro – uma decisão surpreendente que aprofundou a incerteza no país devastado pela crise.
A notícia chega quando a terceira maior economia da América Latina viu a inflação disparar para quase 22% nos últimos três meses e mais de 100% no ano passado.
A Argentina não só tem uma das taxas de inflação mais altas do mundo, como também o peso argentino sofre uma desvalorização constante em relação ao dólar americano.
A coalizão de centro-esquerda Frente de Todos (Frente de Todos) de Fernandez ainda não apresentou um candidato para as primárias de agosto, com Fernandez declarando em seu anúncio em vídeo na sexta-feira que precisa gerar um novo ciclo de líderes.
“O próximo dia 10 de dezembro de 2023 é o dia exato em que completaremos 40 anos de democracia. Neste dia entregarei a faixa presidencial a quem for legitimamente eleito pelo voto popular nas urnas”, disse Fernández, de 64 anos, no clipe.
No final do ano passado, a vice-presidente Cristina Kirchner, que foi líder da Argentina de 2007 a 2015, disse que não concorreria às primárias.
Esse anúncio veio logo depois que a senhora de 70 anos foi condenada por fraude e corrupção durante sua presidência – embora ela tenha sido poupada da prisão por sua imunidade parlamentar.
Algumas reportagens da imprensa retrataram o ministro da Economia, Sergio Massa, 50, como um potencial candidato.
“Vou trabalhar arduamente para que um camarada represente nosso espaço político”, disse Fernandez no videoclipe de quase oito minutos postado no Twitter.
Na quinta-feira, a presidência publicou fotos de um encontro jovial entre Fernández e Massa, amplamente interpretado como uma forma de responder aos rumores de que o ministro da Economia estava prestes a renunciar.
Fernandez presidiu uma coalizão dividida por facções em guerra, principalmente entre ele e o altamente influente Kirchner.
Quando Massa foi nomeado em julho, ele era o terceiro ministro da Economia do país em menos de um mês.
O nome original de Fernandez, Martin Guzman, renunciou sob pressão da facção de Kirchner, que estava descontente com seu papel na negociação da reestruturação da dívida de US$ 44 bilhões da Argentina com o Fundo Monetário Internacional.
– Espera-se votação apertada –
As pesquisas sugerem que a eleição será apertada com o lado do governo e sua oposição de direita lado a lado, e um grande número de eleitores indecisos.
Entre a oposição, o ex-presidente Mauricio Macri (2015-19) se descartou da disputa.
O prefeito de Buenos Aires, Horacio Larreta, e Patricia Bullrich, ex-ministra da Segurança de Macri, se apresentaram para a coalizão de oposição Juntos por el Cambio (Juntos pela Mudança).
O liberal Javier Milei, economista de 52 anos que admira Donald Trump e Jair Bolsonaro, também está na disputa.
A Argentina vem lutando contra sua crise econômica há anos, registrando inflação de dois dígitos em cada um dos últimos 12 anos.
As causas da inflação são múltiplas, incluindo gastos persistentemente deficitários, desvalorização constante e fatores externos como a guerra na Ucrânia que afetou os preços da energia e dos grãos.
No mês passado, Fernandez defendeu apaixonadamente seu histórico nos últimos três anos, apontando os desafios que enfrentou, como a pandemia de Covid-19, o impacto da guerra na Ucrânia, a enorme dívida pública e a inflação desenfreada.
Também em março, ele se reuniu com o presidente Joe Biden na Casa Branca, destacando a disposição de seu país de cooperar com os Estados Unidos na luta contra a mudança climática, dizendo que a Argentina enfrenta a pior seca de sua história.
Os argentinos vão às urnas em 22 de outubro, com um segundo turno marcado para 19 de novembro, se necessário.
As primárias tanto para o lado do governo quanto para a oposição acontecerão em 13 de agosto.
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(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado)
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