Moscou expressou na segunda-feira “séria preocupação” com as novas tensões entre a Armênia e o Azerbaijão e alertou contra violações do cessar-fogo entre os inimigos, que estão presos há décadas em um conflito territorial.
Os comentários vieram um dia depois que o Azerbaijão montou um posto de controle na única ligação terrestre com a região contestada de Nagorno-Karabakh, provocando raiva na Armênia.
A Armênia e o Azerbaijão travaram duas guerras pelo enclave montanhoso de Karabakh, que deixaram dezenas de milhares de mortos.
A região de maioria étnica armênia ainda é reconhecida internacionalmente como parte do Azerbaijão, apesar de ter se separado após a queda da União Soviética, com as tensões aumentando regularmente entre os dois países.
Moscou intermediou um cessar-fogo após a última onda de combates em 2020 e colocou soldados da paz ao longo da única estrada que liga Karabakh à Armênia, o corredor Lachin.
“Expressamos nossa séria preocupação com a situação dentro da zona de responsabilidade das forças de paz russas em Nagorno-Karabakh”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
A declaração também alertou contra “medidas unilaterais” em violação do cessar-fogo.
As tensões sobre o corredor Lachin aumentaram desde o ano passado, com a Armênia acusando o Azerbaijão de bloquear a rota e criar uma crise humanitária no enclave montanhoso.
– Tensões ‘exacerbadas’ –
Sob o acordo de cessar-fogo, o Azerbaijão deve garantir uma passagem segura pelo corredor.
O Azerbaijão, no entanto, disse que montou o posto de controle no domingo “para impedir o transporte ilegal de mão de obra, armas e minas”.
Acrescentou que o posto de controle “deve ser implementado em interação com a força de manutenção da paz russa”.
A Armênia negou as alegações como um “pretexto rebuscado e infundado” e disse que a medida violou o cessar-fogo.
A Armênia acusou a Rússia, distraída pela ofensiva na Ucrânia, de não cumprir seu papel de manutenção da paz.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro Nikol Pashinyan disse que a Armênia estava enfrentando ameaças “exacerbadas devido a razões regionais ou extrarregionais”.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que “a situação não é fácil, requer esforços adicionais”.
O especialista independente Arkady Dubnov disse à AFP que já havia uma “irritação permanente em Yerevan em relação às ações da Rússia”.
Ele disse que Moscou foi vista como mostrando “impotência ou falta de vontade de pressionar o Azerbaijão”.
– Credibilidade prejudicada –
Desde o colapso da União Soviética em 1991, a Armênia conta com a Rússia para seu apoio militar e econômico.
O país faz parte da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO) regional liderada pela Rússia e abriga uma base militar russa.
O especialista Andrei Suzdaltsev disse que o fracasso das tropas de Moscou em defender a Armênia no conflito com o Azerbaijão “prejudicou fortemente a credibilidade do CSTO”.
Em janeiro, a Armênia descartou os planos de sediar exercícios CSTO, mas até agora se recusou a abandonar o pacto completamente.
Muitos analistas dizem que o pequeno país não pode se dar ao luxo de abandonar o CSTO, mesmo que os Estados Unidos e a UE tenham assumido a liderança nas negociações de paz.
“A Armênia deu uma guinada política acentuada. Afastou-se de uma frente unida com Moscou para estabilizar a situação”, disse Suzdaltsev.
Em março, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, acusou o Ocidente de “tentativas indisfarçáveis… de minar a arquitetura de segurança da região”.
“Nós vemos quais objetivos o Ocidente persegue no sul do Cáucaso. Não os esconde – para arrancar a Rússia” da região, disse ele.
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(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado)
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