O First Republic Bank, o credor americano mais ameaçado após a crise bancária do mês passado, divulgou na segunda-feira os detalhes terríveis de como seus negócios se tornaram problemáticos.
A grande lição: o banco, que atende a uma clientela abastada no litoral, está aguentando firme. Durante o primeiro trimestre, perdeu impressionantes US$ 102 bilhões em depósitos de clientes – bem mais da metade dos US$ 176 bilhões que detinha no final do ano passado – sem incluir uma tábua de salvação temporária de US$ 30 bilhões que recebeu dos maiores bancos do país no mês passado.
O First Republic registrou lucro trimestral de US$ 269 milhões, um terço a menos que no ano anterior. Suas ações caíram 7% nas negociações estendidas após a divulgação de seus resultados.
O banco disse que o êxodo de depósitos parou em grande parte na última semana de março. De 31 de março a 21 de abril, o banco disse ter perdido apenas 1,7 por cento dos seus depósitos e que a maioria deles estava relacionada com o pagamento de impostos pelos seus clientes.
A queda do banco começou há cerca de seis semanas, quando os credores de médio porte Silicon Valley Bank e Signature Bank foram adquiridos por reguladores federais depois que os clientes retiraram grande parte de seus depósitos. A First Republic, com sede em San Francisco, era amplamente vista como o credor com maior probabilidade de cair a seguir, porque tinha muitos clientes no setor de start-ups – semelhante ao Silicon Valley Bank – e muitas de suas contas detinham mais de US$ 250.000, o limite para seguro de depósito federal.
As ações da First Republic subiram mais de 10 por cento na segunda-feira antes de seu relatório de lucros, mas caíram mais de 85 por cento desde meados de março.
O First Republic está em negociações com consultores financeiros e funcionários do governo para elaborar um plano para se salvar, que pode incluir a venda do banco ou partes dele ou a obtenção de novo capital.
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