Combatentes ocuparam um laboratório público nacional no Sudão com amostras de doenças, incluindo poliomielite e sarampo, criando uma situação “extremamente, extremamente perigosa”, alertou a Organização Mundial da Saúde na terça-feira.
Os combatentes “expulsaram todos os técnicos do laboratório… que está completamente sob o controle de uma das partes combatentes como uma base militar”, disse Nima Saeed Abid, representante da OMS no Sudão.
Ele não disse qual das partes combatentes havia assumido o controle do laboratório.
Abid disse ter recebido uma ligação do chefe do laboratório nacional em Cartum na segunda-feira, um dia antes de um cessar-fogo de 72 horas mediado pelos Estados Unidos entre os generais beligerantes do Sudão entrar oficialmente em vigor após 10 dias de combate urbano.
“Existe um enorme risco biológico associado à ocupação do laboratório central de saúde pública”, disse Abid.
Ele apontou que o laboratório continha os chamados isolados, ou amostras, de uma série de doenças mortais, incluindo sarampo, poliomielite e cólera.
A agência de saúde da ONU também disse ter confirmado 14 ataques à saúde durante os combates, matando oito e ferindo dois.
E alertou que “o esgotamento dos estoques de bolsas de sangue corre o risco de estragar por falta de energia”.
“Além dos riscos químicos, os riscos biológicos também são muito altos devido à falta de geradores em funcionamento”, disse Abid.
O Ministério da Saúde sudanês estimou o número de mortos até agora em 459, com mais 4.072 feridos, informou a OMS na terça-feira, acrescentando que não foi possível verificar esse número.
270.000 poderiam fugir
A agência de refugiados da ONU disse que milhares já fugiram da violência e que está se preparando para até 270.000 pessoas fugirem do Sudão para os vizinhos Chade e Sudão do Sul.
O ACNUR disse que ainda não tem estimativas para os números que vão para outros países vizinhos.
Laura Lo Castro, representante da agência no Chade, disse que cerca de 20.000 refugiados chegaram lá desde o início dos combates, 10 dias atrás.
Falando a repórteres em Genebra via link de vídeo, ela disse que o ACNUR espera até 100.000 “no pior cenário”.
Sua colega no Sudão do Sul, Marie-Helene Verney, disse que cerca de 4.000 dos mais de 800.000 refugiados sul-sudaneses que vivem no Sudão voltaram para casa desde o início dos combates.
Olhando para o futuro, ela disse aos repórteres que “o cenário mais provável é o retorno de 125.000 refugiados do Sudão do Sul ao Sudão do Sul”.
Até 45.000 sudaneses também podem fugir como refugiados para o Sudão do Sul, disse ela.
‘Olhando para o abismo’
Jens Laerke, porta-voz da agência humanitária da ONU, disse que os combates levaram a “aguda escassez de alimentos, água, remédios e combustível, além de comunicações e eletricidade limitadas”.
“O povo do Sudão, já profundamente afetado pelas necessidades humanitárias, está olhando para o abismo”.
Cerca de 15,8 milhões de pessoas no Sudão – um terço da população – já precisavam de ajuda humanitária antes do início da última onda de violência.
Mas as operações humanitárias também foram fortemente afetadas pelos combates, alertou Laerke, destacando, entre outras coisas, relatos de saques de suprimentos humanitários e armazéns.
Cinco trabalhadores humanitários foram mortos.
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(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado)
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