Por Paul Sandle
LONDRES (Reuters) – Apesar de todo o barulho sobre Xbox versus PlayStation, foi o nascente mercado de nuvem que levou à decisão surpreendente da Grã-Bretanha de bloquear a aquisição recorde da Activision Blizzard pela Microsoft.
A Microsoft vem trabalhando há meses para satisfazer as preocupações sobre o acordo de US$ 69 bilhões levantado pela Autoridade de Concorrência e Mercados da Grã-Bretanha (CMA), que tem se tornado cada vez mais proativa em assumir a “Big Tech” desde o Brexit.
A decisão – da qual a empresa norte-americana prometeu apelar – estabelece um precedente para a Comissão Europeia – que emitirá seu próprio veredicto no mês que vem – e para a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos.
A Microsoft ofereceu à Sony uma garantia de 10 anos de que novas versões de “Call of Duty” – uma das franquias mais valiosas dos jogos – estariam disponíveis no PlayStation ao mesmo tempo que no Xbox. A Nintendo garantiu um acordo semelhante.
Isso apenas respondeu às preocupações do console do CMA, deixando os jogos em nuvem como o único obstáculo restante – e aparentemente menor.
Definir jogos em nuvem não é simples.
Os tipos de plataforma e os modelos de negócios ainda estão evoluindo, e vários serviços de ‘jogos como plataforma’ têm lutado para ter sucesso, como o Google Stadia, de acordo com uma submissão à investigação da CMA por Joost Rietveld, da UCL School of Management.
TECNOLOGIA TRANSITÓRIA?
A Activision não disponibilizou seus títulos em serviços em nuvem, chamando-os de “tecnologia transitória”, enquanto a Microsoft, que oferece o serviço Xbox Game Pass, disse que os jogos em nuvem “não passam de um recurso”.
O CMA discordou, dizendo que a nuvem era o setor de jogos que mais crescia, enquanto os consoles eram um mercado maduro.
Ele disse que a Microsoft já responde por 60-70% dos serviços globais de jogos em nuvem e tem outros trunfos: o Xbox, o principal sistema operacional para PC Windows e o provedor de nuvem Azure.
A Microsoft concordou em oferecer alguns jogos da Activision em várias plataformas de nuvem, incluindo Nvidia, Boosteroid e Ubitus.
Mas a CMA disse que os remédios da Microsoft omitiam modelos de assinatura rivais – como um Netflix para jogos – ou provedores que não usam o Windows em PCs.
“As propostas (da Microsoft) não foram eficazes para remediar nossas preocupações e teriam substituído a concorrência por regulamentação ineficaz em um mercado novo e dinâmico”, afirmou.
O analista de pesquisa de ações da Quilter Cheviot, Ben Barringer, disse: “Desde o Brexit, o regulador do Reino Unido assumiu uma postura ativamente dura quando se trata de comportamento anticompetitivo.
“Essa postura é o que levou à decisão de interromper a compra, pois concluiu que a Microsoft já tem uma posição dominante e que ‘os jogos em nuvem precisam de um mercado livre e competitivo para impulsionar a inovação e a escolha’”.
(Reportagem de Paul Sandle; Edição de Alexander Smith)
Por Paul Sandle
LONDRES (Reuters) – Apesar de todo o barulho sobre Xbox versus PlayStation, foi o nascente mercado de nuvem que levou à decisão surpreendente da Grã-Bretanha de bloquear a aquisição recorde da Activision Blizzard pela Microsoft.
A Microsoft vem trabalhando há meses para satisfazer as preocupações sobre o acordo de US$ 69 bilhões levantado pela Autoridade de Concorrência e Mercados da Grã-Bretanha (CMA), que tem se tornado cada vez mais proativa em assumir a “Big Tech” desde o Brexit.
A decisão – da qual a empresa norte-americana prometeu apelar – estabelece um precedente para a Comissão Europeia – que emitirá seu próprio veredicto no mês que vem – e para a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos.
A Microsoft ofereceu à Sony uma garantia de 10 anos de que novas versões de “Call of Duty” – uma das franquias mais valiosas dos jogos – estariam disponíveis no PlayStation ao mesmo tempo que no Xbox. A Nintendo garantiu um acordo semelhante.
Isso apenas respondeu às preocupações do console do CMA, deixando os jogos em nuvem como o único obstáculo restante – e aparentemente menor.
Definir jogos em nuvem não é simples.
Os tipos de plataforma e os modelos de negócios ainda estão evoluindo, e vários serviços de ‘jogos como plataforma’ têm lutado para ter sucesso, como o Google Stadia, de acordo com uma submissão à investigação da CMA por Joost Rietveld, da UCL School of Management.
TECNOLOGIA TRANSITÓRIA?
A Activision não disponibilizou seus títulos em serviços em nuvem, chamando-os de “tecnologia transitória”, enquanto a Microsoft, que oferece o serviço Xbox Game Pass, disse que os jogos em nuvem “não passam de um recurso”.
O CMA discordou, dizendo que a nuvem era o setor de jogos que mais crescia, enquanto os consoles eram um mercado maduro.
Ele disse que a Microsoft já responde por 60-70% dos serviços globais de jogos em nuvem e tem outros trunfos: o Xbox, o principal sistema operacional para PC Windows e o provedor de nuvem Azure.
A Microsoft concordou em oferecer alguns jogos da Activision em várias plataformas de nuvem, incluindo Nvidia, Boosteroid e Ubitus.
Mas a CMA disse que os remédios da Microsoft omitiam modelos de assinatura rivais – como um Netflix para jogos – ou provedores que não usam o Windows em PCs.
“As propostas (da Microsoft) não foram eficazes para remediar nossas preocupações e teriam substituído a concorrência por regulamentação ineficaz em um mercado novo e dinâmico”, afirmou.
O analista de pesquisa de ações da Quilter Cheviot, Ben Barringer, disse: “Desde o Brexit, o regulador do Reino Unido assumiu uma postura ativamente dura quando se trata de comportamento anticompetitivo.
“Essa postura é o que levou à decisão de interromper a compra, pois concluiu que a Microsoft já tem uma posição dominante e que ‘os jogos em nuvem precisam de um mercado livre e competitivo para impulsionar a inovação e a escolha’”.
(Reportagem de Paul Sandle; Edição de Alexander Smith)
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