A OTAN disse que há preocupações crescentes de que a Rússia possa atacar cabos submarinos e outras infraestruturas críticas em um esforço para interromper a vida ocidental. (Foto arquivo: AFP)
Enquanto os países do leste europeu querem que algum tipo de roteiro seja oferecido a Kiev em uma cúpula da OTAN em Vilnius em meados de julho, membros ocidentais, como Estados Unidos, França e Alemanha, desconfiam de qualquer movimento que possa levar a aliança mais perto de guerra com a Rússia
A Ucrânia, lutando contra uma devastadora invasão russa desde fevereiro de 2022, busca ingressar na OTAN o mais rápido possível, mas os membros da aliança militar ocidental estão divididos sobre a rapidez com que essa medida deve ser tomada.
Enquanto os países do leste europeu querem que algum tipo de roteiro seja oferecido a Kiev em uma cúpula da OTAN em Vilnius em meados de julho, membros ocidentais, como Estados Unidos, França e Alemanha, desconfiam de qualquer movimento que possa levar a aliança mais perto de guerra com a Rússia.
A decisão de convidar um país para a Organização do Tratado do Atlântico Norte deve ser tomada por consenso.
A seguir está uma lista de passos que a Ucrânia já deu em seu caminho para a adesão à OTAN, os desafios que ainda enfrenta – e a visão da Rússia sobre os acontecimentos.
PROMESSA DE BUCARESTE
Em sua cúpula de Bucareste em 2008, a OTAN concordou que a Ucrânia – que como a Rússia fazia parte da União Soviética até seu fim em 1991 – acabaria se juntando à aliança. Mas os líderes da OTAN até agora não tomaram medidas concretas para esse fim – como dar a Kiev o chamado Plano de Ação para Adesão – que estabeleceria um cronograma para aproximar Kiev do bloco.
LINHAS DO TEMPO
Em uma rara visita a Kiev em abril, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, sublinhou que o “lugar de direito” da Ucrânia era na OTAN, mas não deu nenhum cronograma. Mais tarde, ele deixou claro que a Ucrânia não poderia se juntar enquanto a guerra com a Rússia continuasse.
No início de junho, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, reconheceu essa posição e disse que seu país entendia que era impossível ser admitido na OTAN enquanto a guerra continuasse.
PROCEDIMENTO
O Artigo 10 do Tratado de Washington afirma que a adesão à OTAN está aberta a qualquer “estado europeu em posição de promover os princípios deste Tratado e contribuir para a segurança da área do Atlântico Norte”.
Desde 1999, a maioria dos países que pretendem ingressar na OTAN participa do chamado Plano de Ação de Adesão (MAP), um programa projetado para ajudá-los a atender a certos critérios políticos, econômicos e militares.
Os candidatos à adesão devem ser democracias funcionais que tratam as suas minorias de forma justa, comprometem-se com a solução pacífica de conflitos e mostram que são capazes e estão dispostos a contribuir militarmente para as operações da OTAN.
Não está claro, no entanto, como será o processo de adesão da Ucrânia.
Apesar de não ter recebido um MAP, as forças armadas do país deram passos importantes na transição para os padrões da OTAN desde a invasão da Rússia há 15 meses.
Esse processo deve se acelerar à medida que Kiev gradualmente fica sem armas e munições de fabricação soviética, enquanto o Ocidente treina tropas ucranianas de acordo com os padrões da OTAN e envia armamento cada vez mais avançado para o país.
No final, caberá aos atuais 31 estados membros decidir com que rapidez e em que condições a Ucrânia poderá ingressar na OTAN.
ARTIGO 5
A cláusula de assistência mútua da OTAN está no cerne da aliança, que foi formada em 1949 com o objetivo principal de combater o risco de um ataque soviético em território aliado.
Ao mesmo tempo, o Artigo 5 é citado como uma das principais razões pelas quais a Ucrânia não pode ingressar na OTAN enquanto estiver em conflito com a Rússia, pois isso pode levar imediatamente a aliança a uma guerra ativa.
A POSIÇÃO RUSSA
O Kremlin disse que causaria problemas por muitos anos se a Ucrânia aderisse à Otan. Ele alertou que Moscou garantiria seus interesses e segurança, que, segundo ele, estão ameaçados há mais de duas décadas pelo alargamento da aliança para o leste em direção às fronteiras europeias com a Rússia.
O Kremlin há muito vê a expansão da OTAN na Europa Oriental como evidência da hostilidade ocidental à Rússia – algo que as potências ocidentais negam, dizendo que a aliança é totalmente defensiva por natureza – e citou isso como uma razão fundamental para sua decisão de enviar dezenas de milhares de soldados para a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.
(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado – Reuters)
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