Ultima atualização: 17 de junho de 2023, 05h37 IST
O sobrevivente sírio Mohammad, 18, que foi resgatado com outros refugiados e migrantes em mar aberto na Grécia depois que seu barco virou, chora ao se reunir com seu irmão Fadi, que veio encontrá-lo da Holanda, no porto de Kalamata, Grécia, em junho 16. (Reuters)
Até agora, 104 pessoas foram resgatadas e 78 corpos recuperados, enquanto centenas permanecem desaparecidas e possivelmente mortas.
Depois que um barco de migrantes afundou na Grécia, no Mediterrâneo, as agências da ONU estão pedindo uma ação urgente e decisiva para evitar mais mortes no mar, após um dos piores desastres desse tipo em anos.
Pelo menos 78 pessoas morreram quando a embarcação de pesca virou e virou em águas internacionais a sudoeste da Grécia na manhã de quarta-feira.
“Embora o número de pessoas a bordo do barco que virou em 14 de junho na costa da Grécia não seja claro, acredita-se que esteja entre 400 e 750, de acordo com vários testemunhos”, disse a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados disse em um comunicado.
“Até agora, 104 pessoas foram resgatadas e 78 corpos recuperados, enquanto centenas permanecem desaparecidas e possivelmente mortas. O barco estava supostamente em perigo desde a manhã de 13 de junho”, acrescentou o comunicado.
Uma operação de busca e resgate em grande escala foi anunciada pela Guarda Costeira Helênica na manhã de 14 de junho, após o acidente de barco na Grécia.
Em comunicado, as agências da ONU disseram que tanto os comandantes de navios quanto os Estados têm a obrigação de prestar assistência aos que estão em perigo no mar, independentemente de sua nacionalidade, status ou circunstâncias em que se encontrem.
“Qualquer ação realizada em relação à busca e salvamento deve ser conduzida de maneira consistente com a obrigação de evitar a perda de vidas no mar”, acrescentou o comunicado.
Duas fontes gregas familiarizadas com as investigações policiais dizem que, com base nos relatos de cerca de 30 sobreviventes, o antigo navio de pesca deixou Tobruk, na Líbia, no início de 10 de junho.
Os passageiros pagaram US$ 4.500 pela passagem para a Itália, disseram as duas fontes gregas. Com base em alguns relatos, havia cerca de 20 mulheres e crianças entre os passageiros. Eles reservaram a viagem nas redes sociais, de acordo com um funcionário do ministério marítimo.
Os traficantes haviam prometido amplo espaço no navio, mas assim que os passageiros chegaram ao ponto de partida programado e viram que estava superlotado, era impossível voltar, disseram essas fontes.
Nos dias seguintes no mar, o barco desenvolveu “duas ou três” falhas mecânicas. Quando o barco relatou falha no motor e estolou, um navio da guarda costeira que os seguia se aproximou.
Em pouco menos de 25 minutos, testemunhas da guarda costeira viram o barco inclinar bruscamente da direita para a esquerda. Em 10 a 15 minutos, o barco se foi.
O número exato de vítimas pode nunca ser conhecido. As águas em que o barco afundou são algumas das mais profundas do Mediterrâneo, onde as profundidades podem ultrapassar os 5 km.
A OIM e o ACNUR saudaram a investigação ordenada na Grécia sobre as circunstâncias que levaram ao naufrágio do barco e à perda de tantas vidas.
As agências da ONU reiteraram que a busca e salvamento no mar é um imperativo legal e humanitário.
“Está claro que a abordagem atual para o Mediterrâneo é impraticável. Ano após ano, continua sendo a rota de migração mais perigosa do mundo, com a maior taxa de mortalidade”, disse Federico Soda, diretor do Departamento de Emergências da OIM.
“Os Estados precisam se unir e resolver as lacunas na busca e resgate proativos, desembarque rápido e rotas regulares seguras”, acrescentou Soda.
(Com informações da Reuters)
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