Países ao redor do mundo estavam no sábado observando de perto os acontecimentos na Rússia, onde um motim do grupo de mercenários Wagner representou o desafio mais sério até agora ao longo governo do presidente Vladimir Putin.
Aqui está o que os governos e analistas estão dizendo sobre a situação extraordinária que ocorre na Rússia com armas nucleares:
– Ucrânia –
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que o motim de Wagner mostrou que a Rússia era fraca.
“A fraqueza da Rússia é óbvia. Fraqueza em grande escala. E quanto mais a Rússia mantiver suas tropas e mercenários em nossa terra, mais caos, dor e problemas ela terá para si mesma mais tarde”, disse ele em um comunicado nas redes sociais.
O vice-ministro da Defesa, Ganna Malyar, disse que isso forneceu uma “janela de oportunidade” para Kiev no campo de batalha.
– Os Estados Unidos –
O presidente dos EUA, Joe Biden, foi informado sobre a situação na Rússia e em Washington e “será consultado com aliados e parceiros sobre esses desenvolvimentos”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Adam Hodge.
– Europa –
O chefe da União Europeia, Charles Michel, twittou que o bloco estava “monitorando de perto a situação na Rússia à medida que ela se desenrolava. Em contato com líderes europeus e parceiros do G7.”
“Esta é claramente uma questão interna da Rússia”, escreveu ele, acrescentando que “nosso apoio à Ucrânia” permanece “inabalável”.
O chefe diplomático do bloco, Josep Borrell, disse que a UE está em “contato permanente com nosso embaixador em Moscou e continua nossas consultas internas com nossos estados membros”.
A porta-voz da OTAN, Oana Lungescu, disse que apenas a aliança estava “monitorando a situação”.
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, pediu que “todas as partes sejam responsáveis e protejam os civis”.
“Estamos em contato com nossos aliados à medida que a situação evolui. Falarei com alguns deles ainda hoje e o mais importante é que todas as partes se comportem com responsabilidade”, disse ele à BBC.
Enquanto isso, os políticos tchecos usaram o motim como um momento para atacar a liderança russa.
“Posso ver que minhas férias de verão na Crimeia estão se aproximando”, disse o ministro das Relações Exteriores, Jan Lipavsky, referindo-se ao território anexado pela Rússia da Ucrânia em 2014.
“Então, finalmente sabemos o que os russos querem dizer com uma operação especial”, disse a ministra da Defesa tcheca, Jana Cernochova.
“Depois de 16 meses de guerra na Ucrânia, a Rússia está em guerra contra a Rússia. Nenhuma surpresa. É uma tradição por lá. Guerras fracassadas terminam com a execução do czar, com o caos e com uma guerra civil supervisionada por bisbilhoteiros. Parabéns”, disse ela.
O chanceler austríaco Karl Nehammer, que se encontra com Putin desde o início da guerra na Ucrânia, alertou sobre os riscos nucleares da instabilidade na Rússia.
“As operações das Federações Russas são sempre de extrema importância, porque a Federação Russa tem um grande potencial para armas biológicas, químicas e nucleares”, disse ele.
Em Berlim, “o governo está acompanhando de perto os acontecimentos na Rússia”, disse um porta-voz à AFP. O Ministério das Relações Exteriores aconselhou evitar o centro de Moscou e os edifícios governamentais e militares na capital.
Em Paris, o presidente francês Emmanuel Macron também está de olho, disse o Elysee. “Continuamos focados em apoiar a Ucrânia.”
Em Roma, o gabinete do primeiro-ministro italiano, Giorgia Meloni, disse que os eventos “mostram como a agressão contra a Ucrânia está causando instabilidade também dentro da Rússia”.
Na Suécia, o ministro das Relações Exteriores, Tobias Billstrom, twittou: “O governo está acompanhando de perto a situação na Rússia. A situação é grave.”
Na Noruega, a ministra das Relações Exteriores Anniken Huitfeldt disse que Oslo estava “acompanhando de perto a situação dramática na Rússia e está em contato próximo com a embaixada em Moscou”.
O ministro da Defesa belga, Ludivine Dedonder, twittou que a situação era “séria” e que estava observando para ver “que impacto isso teria no conflito”.
-G7-
Borrell, da UE, anunciou que os ministros de Relações Exteriores dos países do G7 fizeram uma chamada para “trocar opiniões” sobre a situação no sábado.
Borrell não forneceu detalhes da troca em seu tweet, que Berlin também confirmou, dizendo que a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, “acabou de discutir a situação” com seus colegas do G7.
– Catar –
O Ministério das Relações Exteriores do Catar disse que está acompanhando “com grande preocupação” e pediu moderação.
“O agravamento da situação na Rússia e na Ucrânia terá repercussões negativas na paz e segurança internacionais e no abastecimento de alimentos e energia, que foram afetados principalmente pela crise russo-ucraniana”, disse o ministério.
– Analistas –
O Ministério da Defesa do Reino Unido disse em uma atualização de inteligência que “isso representa o desafio mais significativo para o estado russo nos últimos tempos”.
“Nas próximas horas, a lealdade das forças de segurança da Rússia, e especialmente da Guarda Nacional Russa, será a chave para o desenrolar da crise”, disse em um tuíte.
O Instituto para o Estudo da Guerra, com sede nos Estados Unidos, disse que a rebelião armada era “improvável de ter sucesso”, mas que “um ataque armado de Wagner contra a liderança militar russa em Rostov-on-Don teria impactos significativos no esforço de guerra da Rússia na Ucrânia”.
(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado – AFP)
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