Os moradores de Kiev disseram à AFP no sábado que estavam “muito felizes” com o motim do grupo mercenário Wagner contra Moscou e esperavam que as lutas internas enfraquecessem as tropas russas no campo de batalha.
Os mercenários de Wagner, que lideraram grande parte dos combates na Ucrânia, se rebelaram contra os líderes militares da Rússia e estão avançando para o norte em direção a Moscou depois de tomar uma importante base militar no sul.
O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu derrotar a revolta e afastar a ameaça de guerra civil.
As pessoas nas ruas da capital ucraniana reagiram com alegria.
“Eu esperava que algo “assim” acontecesse “mas não tão rápido”, disse Ilya Tsvirkun, 21 anos. “Achei que tudo começaria depois que a guerra terminasse. Mas começou antes e é muito bom.”
Ele disse que acha que Putin “retirará algumas tropas” da Ucrânia para ajudar a enfrentar o motim em casa, tornando mais fácil para as forças ucranianas.
– ‘Muita diversão’ –
Kiev lançou sua contra-ofensiva no início deste mês, na esperança de retomar o território ocupado pela Rússia no sul e no leste do país.
Enquanto a equipe do chefe de Wagner, Yevgeny Prigozhin, lutou na linha de frente da ofensiva russa na Ucrânia, nos últimos meses ela se envolveu em uma rivalidade amarga com a liderança militar de Moscou.
Prigozhin culpou repetidamente o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e Valery Gerasimov, chefe do estado-maior, pelas mortes de seus combatentes.
O morador de Kiev, Bogdan Teodorovskiy, de 19 anos, chamou a luta interna de “muito divertida”.
“Só temos que assistir e torcer pelos dois lados”, disse ele, referindo-se a Wagner e ao exército russo. “Espero que eles nos deixem em paz e compitam melhor uns com os outros”.
As forças de Prigozhin, reforçadas por dezenas de milhares de recrutas da prisão, desempenharam um papel central na captura da cidade de Bakhmut, na região leste de Donetsk, pela Rússia, a batalha mais longa e sangrenta do conflito.
Desde então, Wagner se retirou da área, abrindo caminho para o exército regular russo, mas os combates continuam na cidade e as tropas ucranianas estão atacando seus flancos.
Mariya, 22, disse acreditar que a luta interna teria um impacto no campo de batalha na Ucrânia.
“Talvez agora algumas forças de Wagner se retirem (em outro lugar) e o exército regular russo esteja lá. E eles, como sabemos, não são tão insensíveis e podem ser mais fáceis de derrotar”, disse ela.
A princípio, ela pensou que “ainda havia algum tipo de acordo entre o ministério da defesa (russo) e o grupo Wagner, apenas para desviar a atenção de nossa contra-ofensiva… para fortalecer suas forças”.
Mas ela também se pergunta se o motim é um truque da mídia.
“É por isso que acho que temos que acompanhar as notícias, e se algo sério realmente estiver acontecendo lá, então pode ser um verdadeiro golpe”, disse ela.
-‘Fim da miséria’-
Wagner “começou sua ofensiva, eles vão chegar a Moscou”, disse Mykhailo, 50.
“Acho que há todos os motivos para nossas Forças Armadas vencerem. Acho que vai enfraquecer as tropas russas, vai enfraquecer as forças políticas internas da Rússia. Acho ótimo”, disse.
Olga, de 45 anos, disse esperar que o conflito entre o grupo Wagner e o exército russo “seja o fim desta guerra e que este seja o fim de nossa miséria e dor”.
Em meio à turbulência, três pessoas morreram e 11 ficaram feridas em Kiev após ataques aéreos russos em todo o país durante a noite, informou a Ucrânia neste sábado.
(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado – AFP)
Discussão sobre isso post