Os combates se intensificaram na capital sudanesa na terça-feira, véspera do feriado muçulmano de Eid al-Adha, depois que paramilitares tomaram a principal base policial de Cartum.
Os combates na cidade entre o exército liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhan e as Forças de Apoio Rápido (RSF) paramilitares do general Mohamed Hamdan Daglo estão agora concentrados em torno de bases militares.
Ao mesmo tempo, no oeste do Sudão, o conflito está piorando para “níveis alarmantes” em Darfur, alertaram as Nações Unidas.
Desde o início da guerra, em 15 de abril, o RSF estabeleceu bases em bairros residenciais da capital, enquanto o Exército luta para se firmar no terreno, apesar de sua superioridade aérea.
Enquanto o RSF luta para tomar toda Cartum, milhões de pessoas ainda estão escondidas, apesar de terem sido pegas no fogo cruzado sem eletricidade e água em um calor opressivo.
No final do domingo, a RSF anunciou que havia tomado o quartel-general, no extremo sul de Cartum, da polícia paramilitar da Reserva Central sancionada no ano passado por Washington por abusos de direitos.
Na terça-feira, o RSF atacou bases militares no centro, norte e sul de Cartum, disseram testemunhas.
Mawaheb Omar, que está presa em casa com seus quatro filhos, disse à AFP que esperava que as comemorações do Eid, normalmente um grande evento no Sudão, fossem “miseráveis e sem gosto, pois não podemos nem comprar carne de carneiro”.
– saque –
No sábado, a ONU pediu “ação imediata” para impedir os assassinatos de pessoas que fogem de El Geneina, capital do estado de Darfur Ocidental, por milícias árabes auxiliadas pelos paramilitares.
Washington culpou as “atrocidades” em Darfur principalmente “no RSF e na milícia afiliada”.
O RSF é descendente da milícia Janjaweed desencadeada por Cartum em resposta a um levante rebelde de 2003 em Darfur, levando a acusações de crimes de guerra.
Nos combates atuais, o RSF foi acusado de saquear suprimentos humanitários, fábricas e casas abandonadas pelos deslocados pelos combates ou tomadas à força.
Daglo respondeu a essas acusações na terça-feira em uma gravação de áudio postada online.
“A RSF tomará medidas rápidas e rigorosas” contra aqueles em suas fileiras que cometeram tais abusos, disse ele.
A RSF havia anunciado na noite de segunda-feira que estava começando a julgar alguns de seus membros “indisciplinados”, bem como a libertação de “100 prisioneiros de guerra” do exército.
Desde o início do conflito, ambos os lados têm regDefinir imagem em destaquetrocas de prisioneiros anunciadas ularmente pela Cruz Vermelha, sem nunca dar o número exato de capturados.
Daglo, natural de Darfur, também falou sobre o destino desta área rica em ouro, onde vive mais de um em cada quatro sudaneses.
Devemos “evitar mergulhar na guerra civil”, disse ele.
A ONU e os blocos africanos alertaram para uma “dimensão étnica” no conflito em Darfur, onde na terça-feira Raouf Mazou, alto comissário assistente da agência de refugiados da ONU para operações, disse em Genebra que há uma “situação piorando” no oeste de Darfur estado.
“De acordo com relatos de colegas no terreno, o conflito atingiu níveis alarmantes, tornando praticamente impossível entregar ajuda para salvar vidas às populações afetadas”, disse ele.
– Novas frentes –
O exército não enfrenta apenas dificuldades em Cartum. Novas frentes se abriram contra ela a partir de um grupo rebelde no estado de Kordofan, ao sul da capital, bem como no estado do Nilo Azul, na fronteira com a Etiópia.
Em Kordofan do Sul, as autoridades decretaram toque de recolher noturno para conter a violência.
A missão da ONU no Sudão, que retirou quase todo o seu pessoal do país no início da guerra, manifestou “grave preocupação” com a violência em Kurmuk, perto da fronteira com a Etiópia.
Os combates lá fizeram com que centenas de civis fugissem para a Etiópia, disse.
Desde o início do conflito, cerca de dois milhões de pessoas foram deslocadas dentro do Sudão, enquanto outras 600 mil fugiram pelas fronteiras, principalmente para o Egito, no norte, e para o Chade, no oeste.
A ajuda chegou a pelo menos 2,8 milhões de pessoas no Sudão, disse a ONU, mas as agências relatam grandes obstáculos ao seu trabalho, desde vistos para humanitários estrangeiros até a garantia de corredores seguros e falta de fundos.
Um recorde de 25 milhões de pessoas no Sudão precisam de ajuda humanitária e proteção, diz a ONU.
(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado – AFP)
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