O presidente Joe Biden anunciou na sexta-feira que os Estados Unidos destruíram totalmente seus estoques de armas químicas de décadas, um marco saudado por completar a eliminação em todo o mundo de todos os estoques conhecidos de agentes de morte em massa.
“Hoje, tenho orgulho de anunciar que os Estados Unidos destruíram com segurança a última munição daquele estoque – nos aproximando de um mundo livre dos horrores das armas químicas”, disse Biden.
Os Estados Unidos foram o último dos signatários da Convenção sobre Armas Químicas, que entrou em vigor em 1997, a concluir a tarefa de destruir seus estoques “declarados”, embora se acredite que alguns estados mantenham reservas secretas de armas químicas.
A Organização para a Proibição de Armas Químicas chamou o marco de “sucesso histórico” do desarmamento, mais de um século depois que o uso descontrolado de gases químicos durante a Primeira Guerra Mundial produziu mortes em massa e mutilação de tropas.
O anúncio dos EUA significa que todos os estoques declarados de armas químicas do mundo foram “verificados como irreversivelmente destruídos”, disse a OPCW.
“Parabenizo todos os Estados Partes e, neste caso, os Estados Unidos da América, por esta grande conquista para a comunidade internacional”, disse o diretor-geral da OPAQ, Fernando Arias.
Biden disse que foi a primeira vez que “uma categoria inteira de armas de destruição em massa declaradas” foi verificada como destruída.
– Gás mostarda letal, sarin, VX –
O anúncio foi feito depois que o Blue Grass Army Depot, uma instalação do Exército dos EUA em Kentucky, concluiu recentemente seu trabalho de quatro anos de eliminação de cerca de 500 toneladas de agentes químicos letais, o último lote mantido pelos militares dos EUA.
Os EUA mantiveram por décadas estoques de projéteis de artilharia e foguetes que continham gases mostarda, agentes nervosos VX e sarin e agentes blister.
Tais armas foram amplamente condenadas após seu uso com resultados horrendos na Primeira Guerra Mundial.
Eles não foram usados significativamente na Segunda Guerra Mundial, mas muitos países os mantiveram e os desenvolveram nos anos seguintes.
O uso mais proeminente desde a década de 1970 foram os ataques de gás nervoso do Iraque ao Irã durante a guerra na década de 1980.
Mais recentemente, o regime sírio de Bashar al-Assad usou armas químicas contra oponentes durante a guerra civil do país, segundo a Opaq e outros órgãos.
– Trabalho duplamente perigoso –
A Convenção sobre Armas Químicas, acordada em 1993 e entrando em vigor em 1997, deu aos Estados Unidos até 30 de setembro deste ano para destruir todos os seus agentes químicos e munições.
Outros signatários do pacto já haviam eliminado suas participações – ao todo cerca de 72.000 toneladas desde que o tratado entrou em vigor, segundo a Opaq.
De acordo com a Associação de Controle de Armas dos EUA, em 1990 os Estados Unidos detinham cerca de 28.600 toneladas de armas químicas, o segundo maior estoque do mundo depois da Rússia.
Com o refluxo da Guerra Fria, as superpotências e outros países se uniram para negociar a Convenção de Armas Químicas.
A eliminação dos estoques, duplamente perigosa porque significa neutralizar não só os agentes químicos, mas também as munições que os contêm, foi um processo lento.
A Rússia concluiu a destruição de seus estoques declarados em 2017.
Em abril de 2022, os EUA tinham menos de 600 toneladas para destruir.
Biden pediu vigilância contínua para garantir que todas as armas químicas em todo o mundo sejam destruídas e para os quatro países que não assinaram ou ratificaram o tratado – Egito, Israel, Coréia do Norte e Sudão do Sul – o façam.
Atualmente, quatro países signatários são considerados inadimplentes por suspeita de terem estoques não declarados: Mianmar, Irã, Rússia e Síria.
“A Rússia e a Síria devem voltar a cumprir a Convenção de Armas Químicas e admitir seus programas não declarados, que foram usados para cometer atrocidades e ataques descarados”, disse Biden.
(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado – AFP)
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