O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, expressou no domingo esperança no “melhor resultado possível” de uma próxima cúpula da OTAN, onde Kiev espera um sinal claro de que um dia poderá ingressar na aliança.
Depois de se encontrar com seu colega polonês Andrzej Duda, Zelensky disse que os dois discutiram a cúpula, que começa na terça-feira em Vilnius, e concordaram em “trabalhar juntos para obter o melhor resultado possível para a Ucrânia”.
A Polônia é um dos maiores apoiadores da Ucrânia dentro da OTAN e disse que quer “garantias de segurança” para o país de outros membros da OTAN.
Zelensky disse que não espera que a Ucrânia realmente se junte à Otan até depois da guerra, mas espera que a cúpula dê um “sinal claro” sobre a intenção de trazer a Ucrânia para a aliança.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que chegou no domingo à Grã-Bretanha a caminho da cúpula da OTAN, disse esperar que os líderes da aliança militar “estabeleçam um caminho racional para que a Ucrânia se qualifique para poder entrar na OTAN”.
Falando à CNN, ele disse que também há “outras qualificações que precisam ser atendidas, incluindo a democratização”.
“Não acho que haja unanimidade na OTAN sobre trazer ou não a Ucrânia para a família da OTAN agora, neste momento, no meio de uma guerra”, acrescentou.
Trazer a Ucrânia agora, disse Biden, significaria “guerra com a Rússia” por causa do compromisso da OTAN com a defesa coletiva.
– ‘Curso destrutivo’ –
Zelensky voltou da Turquia no sábado – o 500º dia da invasão em grande escala da Rússia – depois de uma viagem regional para angariar apoio antes da cúpula com aliados ocidentais, que prometeram bilhões em ajuda militar.
Ele estava acompanhado por cinco comandantes de alto escalão do regimento de Azov, que deveriam ter permanecido na Turquia até o fim do conflito sob um acordo de troca de prisioneiros com Moscou.
Seu retorno à Ucrânia irritou o Kremlin, com o porta-voz Dmitry Peskov citado por agências de notícias russas no sábado, dizendo que foi “uma violação direta” do acordo com a Turquia.
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, falou com seu colega russo, Sergei Lavrov, no domingo e os dois discutiram a questão dos comandantes de Azov, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunicado.
– Candidatura da Suécia à OTAN –
Biden espera usar a cúpula para pressionar a Turquia a desistir de sua oposição à proposta de adesão da Suécia à OTAN.
Em um telefonema com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan no domingo, Biden “transmitiu seu desejo de receber a Suécia na OTAN o mais rápido possível”, disse a Casa Branca.
O gabinete de Erdogan disse separadamente que ele se encontraria com Biden à margem da cúpula da OTAN em Vilnius.
As negociações se concentrarão na “posição da Ucrânia na OTAN, na adesão da Suécia à OTAN e na entrega de caças F-16”, que a Turquia espera garantir dos Estados Unidos, disse a presidência turca.
Falando a repórteres a bordo do avião presidencial dos Estados Unidos, o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, confirmou que Biden e Erdogan “terão a oportunidade de se sentar em Vilnius”, mas disse que a programação ainda está sendo trabalhada.
Sullivan disse que a entrada da Suécia na Otan é apenas “uma questão de tempo”.
“Se fizermos isso em Vilnius, ótimo. Isso pode ou não acontecer”, disse.
A presidência turca, no entanto, disse que Erdogan reafirmou a Biden sua posição de longa data de que a Suécia ainda precisa reprimir com mais força os supostos militantes curdos para ganhar o apoio da Turquia.
– Perigo ‘por muitos anos’ –
Na semana passada, Zelensky ganhou uma promessa dos EUA para munições cluster que poderiam infligir danos significativos às forças russas.
A decisão de Washington de fornecer bombas de fragmentação à Ucrânia – proibidas em grande parte do mundo – provou ser altamente controversa.
Biden admitiu que foi “uma decisão difícil”, que grupos humanitários condenaram veementemente.
Sullivan disse no domingo que Kiev prometeu usar as munições apenas em território ucraniano “onde eles têm o maior incentivo para limitar o impacto aos civis, porque são os cidadãos ucranianos que estariam em risco”.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, também falou no domingo com seu colega ucraniano, que “deu mais garantias” sobre como as munições cluster serão usadas, disse Sullivan.
O primeiro-ministro cambojano, Hun Sen, cujo país ainda luta com resquícios mortais de guerra, pediu no domingo à Ucrânia que não use bombas de fragmentação.
“Seria o maior perigo para os ucranianos por muitos anos ou até cem anos se bombas de fragmentação fossem usadas em áreas ocupadas pela Rússia no território da Ucrânia”, tuitou Hun Sen.
A Rússia, que usa munições cluster na Ucrânia, disse que a decisão foi um “ato de desespero” que “não teria efeito” no conflito.
(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado – AFP)
Discussão sobre isso post