Equipes de resgate vasculharam os escombros de apartamentos danificados na cidade de Pokrovsk, no leste da Ucrânia, na terça-feira, um dia depois que ataques russos mataram pelo menos sete pessoas.
O alvo do ataque de míssil era um posto de comando das forças armadas ucranianas, indicou o ministério da defesa russo em um briefing diário.
Pokrovsk, que tinha uma população pré-guerra de cerca de 60 mil habitantes, fica a apenas 40 quilômetros da linha de frente oriental, onde Moscou diz estar ganhando terreno e repelindo os ataques ucranianos.
Dois mísseis – lançados com 40 minutos de intervalo – danificaram edifícios residenciais, um hotel, cafés, lojas e prédios administrativos na segunda-feira, disse Pavlo Kyrylenko, chefe da administração militar da região de Donetsk.
Sete pessoas morreram no ataque na noite de segunda-feira e 81 ficaram feridas, incluindo duas crianças, disse Kyrylenko.
Entre os mortos estava um oficial de emergência de alto escalão da região de Donetsk, disse Igor Klymenko, ministro de Assuntos Internos da Ucrânia.
“Estamos retomando a demolição de escombros”, disse Klymenko na terça-feira, depois que as equipes de resgate “foram forçadas a suspender o trabalho durante a noite devido à grande ameaça de bombardeios repetidos”.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que atingiu um local usado pelos militares ucranianos em um ataque a Pokrovsk.
“Perto do assentamento de Krasnoarmeysk na República Popular de Donetsk, um posto de comando avançado do grupo conjunto de tropas ucranianas Khortytsya foi atingido”, disse o Ministério da Defesa da Rússia, usando o nome russo para Pokrovsk.
– Avanços russos –
Correspondentes da AFP no local viram equipes de resgate retirando sobreviventes dos escombros de um prédio de cinco andares e transportando os feridos para ambulâncias.
A greve danificou os andares superiores de um prédio que no nível da rua abrigava uma pizzaria frequentada por voluntários, militares e jornalistas, segundo um fotógrafo da AFP.
No final de junho, a Rússia atingiu o restaurante Ria Pizza em Kramatorsk, matando 13 e ferindo dezenas.
O presidente Volodymyr Zelensky disse na segunda-feira que Moscou atingiu um prédio residencial.
Ele compartilhou um vídeo nas redes sociais de civis ajudando feridos e equipes de resgate removendo os escombros de um prédio que havia perdido seu último andar.
Também na segunda-feira, a Rússia disse que avançou recentemente três quilômetros em direção a Kupiansk, no nordeste da Ucrânia, cerca de 150 quilômetros ao norte de Pokrovsk e algumas dezenas de quilômetros da fronteira russa.
Kupiansk e seus arredores na região de Kharkiv foram retomados pelas forças ucranianas em setembro, mas Moscou renovou seu ataque à área.
“Nos últimos três dias, o avanço das tropas russas… totalizou 11 quilômetros ao longo da frente e mais de três quilômetros de profundidade na defesa do inimigo”, disse o Ministério da Defesa de Moscou.
Ele disse que “melhorou” sua posição na linha de frente e continuou a repelir os contra-ataques ucranianos.
Em meados de julho, a Ucrânia disse estar em uma “posição defensiva” na área de Kupiansk, quando o exército russo lançou uma ofensiva lá.
A Ucrânia iniciou sua tão esperada contra-ofensiva nas frentes leste e sul em junho, mas fez apenas avanços modestos diante da dura resistência das forças russas.
– Conversas sauditas –
Na frente diplomática, a Ucrânia disse na segunda-feira que estava “satisfeita” após uma cúpula de paz realizada na Arábia Saudita, para a qual Moscou não foi convidada.
Representantes de cerca de 40 países, incluindo China, Índia, Estados Unidos e Ucrânia, participaram da cúpula do fim de semana em Jeddah.
A iniciativa foi recebida com desprezo por Moscou na terça-feira.
“Nós nos tornamos testemunhas oculares de mais uma tentativa malsucedida do governo dos EUA de passar por cima de seus desejos de realidade. Não houve sucesso diplomático em Jeddah”, disse o embaixador russo em Washington, Anatoly Antonov, em um post nas redes sociais.
O diplomata disse que não adianta discutir a crise na Ucrânia sem a participação da Rússia.
(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado – AFP)
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