O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fará a sua segunda visita durante a guerra a Washington na próxima semana, anunciou a Casa Branca na sexta-feira, numa tentativa de solidificar o apoio do principal apoiante do seu país, que enviou milhares de milhões de dólares em ajuda para combater os invasores russos.
Zelensky viajará à Casa Branca na quinta-feira para conversações com o presidente Joe Biden e também realizará reuniões no Congresso dos EUA, onde elementos do rival Partido Republicano estão hesitantes enquanto Biden tenta aprovar um novo pacote importante para Kiev.
A viagem do líder ucraniano a Washington acontecerá depois de reuniões com outros líderes mundiais na Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque. Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional de Biden, disse que a viagem ocorreu num “momento crítico”, enquanto a Ucrânia empreende uma contra-ofensiva contra a Rússia.
Biden reafirmará “o seu compromisso de continuar a liderar o mundo no apoio à Ucrânia enquanto defende a sua independência, a sua soberania e a sua integridade territorial”, disse Sullivan aos jornalistas.
Ele comparou a viagem de Zelensky à recente cimeira do presidente russo, Vladimir Putin, com Kim Jong Un, da Coreia do Norte, um dos países mais isolados e sancionados do mundo, de onde Moscovo procura armas.
Mas também aumentaram as dúvidas sobre o futuro da assistência dos EUA, à medida que o Congresso se aproxima do prazo final de 30 de Setembro para aprovar o financiamento, à medida que se aproxima a época eleitoral.
O ex-presidente Donald Trump, favorito à nomeação republicana para desafiar Biden no próximo ano, atacou a assistência dos EUA, dizendo que o dinheiro seria melhor gasto em casa e prevendo um eventual triunfo para Putin, por quem demonstrou admiração.
– Criar ‘impulso’ para a ajuda –
Mas os republicanos tradicionais, incluindo o senador Mitch McConnell, o líder do partido no Senado, apoiam a assistência à Ucrânia.
“Temos confiança de que haverá apoio bipartidário para isso. Acho que o presidente Zelensky também o faz e quer criar impulso nesse sentido à medida que nos aproximamos do final do mês”, disse Sullivan.
“Francamente, tanto republicanos como democratas reconhecem que os Estados Unidos não podem – no seu próprio interesse, e muito menos nas obrigações morais que temos – afastar-se da Ucrânia neste momento crítico”, disse Sullivan.
A Ucrânia lançou uma contra-ofensiva contra posições russas entrincheiradas em Junho, mas o progresso foi limitado, estimulando o debate político no Ocidente sobre o apoio a Kiev.
Os Estados Unidos forneceram 43 mil milhões de dólares em assistência de segurança enquanto a Ucrânia evita as incursões russas. Biden pediu no mês passado ao Congresso mais 40 mil milhões de dólares para a Ucrânia, tanto em ajuda de emergência à defesa como em assistência económica e humanitária.
Além de cortejar o Congresso, Zelensky deverá procurar mísseis ATACMS de maior alcance, que possam atingir até 300 quilómetros (190 milhas) de distância, dando às forças ucranianas uma nova vantagem.
O secretário de Estado, Antony Blinken, reunido com a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, disse que o pedido do ATACMS estava “sob revisão ativa” e advertiu que os Estados Unidos se opunham a ataques na própria Rússia.
“Não encorajamos nem permitimos a utilização dos nossos sistemas de armas fora da Ucrânia”, disse ele, acrescentando: “Fundamentalmente, estas são decisões ucranianas”.
Baerbock disse que a Alemanha também deixou claro que as suas armas para a Ucrânia “se limitam à defesa do seu próprio território”.
– Nova confiança em viagens –
Será a segunda visita de Zelensky a Washington desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em Fevereiro de 2022. Em Dezembro, voou secretamente para a capital dos EUA na sua primeira viagem internacional durante a guerra, entrando na Casa Branca com o uniforme militar que se tornou a sua marca registada.
Zelensky tem-se sentido cada vez mais confiante em viajar para o estrangeiro, desde aliados europeus à Arábia Saudita e ao Japão, onde se encontrou com líderes na cimeira do Grupo dos Sete em Maio. Biden fez a sua própria visita surpresa a Kiev em Fevereiro, uma viagem altamente invulgar a uma zona de combate activo para a Casa Branca, preocupada com a segurança.
Biden, que tem procurado refutar as críticas de que é velho demais para o cargo, começou a veicular anúncios de campanha apresentando sua visita a Kiev, com o presidente de 80 anos desfilando confiantemente em seus óculos escuros ao lado de Zelensky.
(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e é publicada no feed de uma agência de notícias sindicalizada – AFP)
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