Cerca de um milhão de pessoas reuniram-se no domingo num comício em Varsóvia para protestar contra o governo conservador da Polónia, duas semanas antes de eleições gerais importantes.
Convocada pelo líder da oposição e antigo primeiro-ministro Donald Tusk, a “Marcha dos Milhões de Corações” procurou mobilizar o eleitorado antes da votação.
“Esta é absolutamente a maior manifestação da história de Varsóvia”, disse à AFP a porta-voz da cidade de Varsóvia, Monika Beuth, acrescentando que “cerca de um milhão” de pessoas compareceram.
Os manifestantes reuniram-se no centro de Varsóvia, muitos deles carregando bandeiras polacas e da União Europeia, e marcharam pela cidade, com a manifestação a culminar com um discurso de Tusk, o chefe do bloco centrista da Coligação Cívica.
“Nós, aqui, somos a Polónia”, disse Tusk no comício, “e estamos aqui para vencer”.
“A Polónia merece o melhor. A Polónia merece o melhor”, disse, acrescentando que “mais de um milhão” de pessoas participaram.
– ‘Suficiente’ –
Participantes de toda a Polónia começaram a reunir-se em Varsóvia nas primeiras horas da manhã para se manifestarem contra o governo, dirigido pelo partido nacionalista Lei e Justiça.
Kazimierz Figzal disse que levou sete horas para chegar à capital vindo do sudoeste da Polônia.
“Já estamos fartos do que testemunhamos agora – a nossa liberdade está a ser restringida. Queremos democracia, para os nossos filhos e netos”, disse à AFP o homem de 65 anos.
“Já é tempo de regressarmos à normalidade, ao Estado de direito, à liberdade de escolha e de expressão”, disse Monika Pieleszynska, uma funcionária de 43 anos.
Dezenas de figuras políticas proeminentes juntaram-se à marcha, incluindo líderes de alguns outros partidos da oposição.
“Estamos prontos para vencer, estamos prontos para formar um governo democrático, europeu e moderno”, disse à multidão um colíder do partido Nova Esquerda, Robert Biedron.
Antes das eleições de 15 de Outubro, o partido no poder, que frequentemente entra em conflito com a UE e enfrenta acusações de minar o Estado de direito, mantém uma liderança confortável nas sondagens de opinião, com cerca de 35 por cento, de acordo com a sondagem IBRiS.
A aliança de oposição Coligação Cívica está há muito atrás em segundo lugar, com 27 por cento, segundo o IBRiS.
– ‘Dentro do alcance’ –
Tusk disse que, de acordo com as sondagens internas do seu partido, a vantagem do partido no poder diminuiu para apenas dois pontos percentuais.
“A oportunidade está ao nosso alcance, nada foi decidido ainda”, disse Tusk aos seus apoiantes no início desta semana, enquanto se dirigia a multidões em Elblag, no norte da Polónia, prometendo responsabilizar as autoridades após a votação.
“Muitos deles irão para a prisão por roubo flagrante, por violarem a lei e a constituição”, disse ele.
Os líderes da Lei e da Justiça estão realizando seu próprio comício rival na cidade de Katowice, no sul, no domingo.
“Não precisamos de usar corações de papel, temos corações que batem pela Polónia”, disse a ex-primeira-ministra Beata Szydlo da Lei e Justiça em Katowice, referindo-se ao símbolo do comício da oposição.
Bartlomiej Piela, um residente de Katowice que viajou para o comício da oposição em Varsóvia no domingo, discordou.
“Quebrando os direitos civis fundamentais e a liberdade das mulheres de escolherem como querem viver, colocando os polacos uns contra os outros… Espero que a marcha mobilize as pessoas para mudarem isso”, disse a jovem de 29 anos.
(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e é publicada no feed de uma agência de notícias sindicalizada – AFP)
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