A Itália se tornou o primeiro país do mundo a proibir a carne cultivada em laboratório. O governo italiano votou a favor de uma lei que proíbe a produção, venda ou importação de carne cultivada ou ração animal, de acordo com a BBC. O governo de direita tomou medidas na quinta-feira em um esforço para proteger seus agricultores e sua cultura.
“Em defesa da saúde, do sistema produtivo italiano, de milhares de empregos, de nossa cultura e tradição, com a lei hoje aprovada, a Itália é a primeira nação do mundo a estar a salvo dos riscos sociais e econômicos dos alimentos sintéticos,” Francesco Lollobrigida, ministro da Agricultura italiano, disse em uma postagem no Facebook em 16 de novembro. O projeto foi aprovado no Senado italiano com 159 votos a favor e 53 contra. Os apoiadores da proibição incluem grupos agrícolas italianos, que querem proteger a indústria de transformação de carne do país, avaliada em 10,1 bilhões de dólares.
Os líderes no parlamento estavam divididos sobre a questão e, a certa altura, eclodiu uma briga entre agricultores e alguns mestres do serviço público. Um dos dirigentes de uma organização de agricultores confrontou dois deputados de um partido que se opõe à proibição, chamando-os de “criminosos”.
Até agora, os únicos dois países onde a carne cultivada em laboratório foi aprovada para consumo são os Estados Unidos e Singapura. A União Europeia não permitiu até agora o consumo de carne cultivada em laboratório, mas se o permitir, a lei italiana poderá ser contestada pela Comissão Europeia.
Coldiretti, a maior associação de agricultores de Itália, citou que a disseminação da carne cultivada em laboratório beneficiaria as empresas multinacionais em detrimento dos produtores locais e traria riscos para a saúde. “Temos orgulho de ser o primeiro país que, apesar de ser a favor da investigação, impede, como medida de precaução, a venda de alimentos produzidos em laboratório cujos efeitos poderiam ter na saúde dos cidadãos consumidores são atualmente desconhecidos,” afirmou o presidente da Coldiretti, Ettore Prandini, em uma postagem no Facebook.
Se forem encontradas fábricas italianas produzindo carne sintética, elas poderão enfrentar multas de mais de US$ 160 mil, segundo a Forbes.
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