FOTO DO ARQUIVO: O Ministro da Saúde da Índia, Harsh Vardhan, segura uma dose da vacina COVID-19 da Bharat Biotech, chamada COVAXIN, durante uma campanha de vacinação no hospital All India Institute of Medical Sciences (AIIMS) em Nova Delhi, Índia, 16 de janeiro de 2021. REUTERS / Adnan Abidi / Arquivo Foto
25 de junho de 2021
Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) -Um congressista brasileiro que denunciou supostas irregularidades em um contrato de vacina COVID-19 de 1,6 bilhão de reais (US $ 323 milhões) assinado pelo governo brasileiro chegou a um inquérito da comissão do Senado na sexta-feira usando um colete à prova de bala por segurança.
O deputado Luis Miranda e seu irmão Luis Ricardo Miranda, o denunciante do Ministério da Saúde que levantou suspeitas sobre o acordo de vacina com a indiana Bharat Biotech, são as principais testemunhas em uma audiência em andamento na sexta-feira.
O inquérito parlamentar está investigando como o governo está lidando com a pandemia do coronavírus, que matou mais de meio milhão de pessoas no Brasil, e as acusações de que atrasou deliberadamente a obtenção de vacinas para combater o COVID-19.
O presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, que está sob crescente pressão para explicar o acordo com Bharat, disse na sexta-feira que não havia irregularidades no contrato para a injeção da farmacêutica indiana em Covaxin.
“Não há nada de errado com o contrato da Covaxin, não há superfaturamento”, disse ele em entrevista coletiva no interior de São Paulo.
O presidente, eleito com base em uma plataforma anti-suborno, acrescentou que seus inimigos estavam tentando manchar seu governo com acusações infundadas de corrupção.
“Eu sou incorruptível”, disse ele.
As alegações sobre o contrato de Bharat ameaçam prejudicar a promessa de Bolsonaro de tolerância zero para a corrupção em seu governo.
O coordenador da investigação do Senado pediu proteção para os irmãos Miranda, e também para os proprietários da empresa brasileira Precisa Medicamentos, que atua como intermediária para Bharat.
O contrato está sendo investigado por promotores federais e legisladores para ver por que o governo fechou um acordo rápido com Bharat depois que as ofertas de vacina COVID-19 da Pfizer Inc a um preço mais baixo foram ignoradas.
Luis Ricardo Miranda e seu irmão legislador se encontraram com Bolsonaro em março e disseram que o alertaram sobre o contrato suspeito, mas que nada foi feito para investigar o negócio.
Miranda disse aos promotores que foi pressionado por Alex Lial Marinho, assessor de um dos aliados mais próximos de Bolsonaro, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. A conta de Miranda foi apoiada por seu irmão congressista.
As acusações levantam questões embaraçosas para Bolsonaro e Pazuello, que enfrenta investigações criminais e civis sobre como lidou com a pandemia enquanto ministro.
Na quinta-feira, Bolsonaro disse que o Brasil nunca pagou ou recebeu nenhuma dose do tiro de Covaxin e se comprometeu a agir se alguma corrupção for descoberta em seu governo.
Em um comunicado emitido na Índia, a Bharat Biotech disse: “Refutamos e negamos veementemente qualquer tipo de alegação ou implicação de qualquer irregularidade com relação ao fornecimento de COVAXIN”.
($1 = 4.9477 reais)
(Reportagem de Maria Carolina Marcello e Pedro Fonseca; Redação de Gabriel Stargardter e Anthony Boadle; Edição de Brad Haynes e Bill Berkrot)
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FOTO DO ARQUIVO: O Ministro da Saúde da Índia, Harsh Vardhan, segura uma dose da vacina COVID-19 da Bharat Biotech, chamada COVAXIN, durante uma campanha de vacinação no hospital All India Institute of Medical Sciences (AIIMS) em Nova Delhi, Índia, 16 de janeiro de 2021. REUTERS / Adnan Abidi / Arquivo Foto
25 de junho de 2021
Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) -Um congressista brasileiro que denunciou supostas irregularidades em um contrato de vacina COVID-19 de 1,6 bilhão de reais (US $ 323 milhões) assinado pelo governo brasileiro chegou a um inquérito da comissão do Senado na sexta-feira usando um colete à prova de bala por segurança.
O deputado Luis Miranda e seu irmão Luis Ricardo Miranda, o denunciante do Ministério da Saúde que levantou suspeitas sobre o acordo de vacina com a indiana Bharat Biotech, são as principais testemunhas em uma audiência em andamento na sexta-feira.
O inquérito parlamentar está investigando como o governo está lidando com a pandemia do coronavírus, que matou mais de meio milhão de pessoas no Brasil, e as acusações de que atrasou deliberadamente a obtenção de vacinas para combater o COVID-19.
O presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, que está sob crescente pressão para explicar o acordo com Bharat, disse na sexta-feira que não havia irregularidades no contrato para a injeção da farmacêutica indiana em Covaxin.
“Não há nada de errado com o contrato da Covaxin, não há superfaturamento”, disse ele em entrevista coletiva no interior de São Paulo.
O presidente, eleito com base em uma plataforma anti-suborno, acrescentou que seus inimigos estavam tentando manchar seu governo com acusações infundadas de corrupção.
“Eu sou incorruptível”, disse ele.
As alegações sobre o contrato de Bharat ameaçam prejudicar a promessa de Bolsonaro de tolerância zero para a corrupção em seu governo.
O coordenador da investigação do Senado pediu proteção para os irmãos Miranda, e também para os proprietários da empresa brasileira Precisa Medicamentos, que atua como intermediária para Bharat.
O contrato está sendo investigado por promotores federais e legisladores para ver por que o governo fechou um acordo rápido com Bharat depois que as ofertas de vacina COVID-19 da Pfizer Inc a um preço mais baixo foram ignoradas.
Luis Ricardo Miranda e seu irmão legislador se encontraram com Bolsonaro em março e disseram que o alertaram sobre o contrato suspeito, mas que nada foi feito para investigar o negócio.
Miranda disse aos promotores que foi pressionado por Alex Lial Marinho, assessor de um dos aliados mais próximos de Bolsonaro, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. A conta de Miranda foi apoiada por seu irmão congressista.
As acusações levantam questões embaraçosas para Bolsonaro e Pazuello, que enfrenta investigações criminais e civis sobre como lidou com a pandemia enquanto ministro.
Na quinta-feira, Bolsonaro disse que o Brasil nunca pagou ou recebeu nenhuma dose do tiro de Covaxin e se comprometeu a agir se alguma corrupção for descoberta em seu governo.
Em um comunicado emitido na Índia, a Bharat Biotech disse: “Refutamos e negamos veementemente qualquer tipo de alegação ou implicação de qualquer irregularidade com relação ao fornecimento de COVAXIN”.
($1 = 4.9477 reais)
(Reportagem de Maria Carolina Marcello e Pedro Fonseca; Redação de Gabriel Stargardter e Anthony Boadle; Edição de Brad Haynes e Bill Berkrot)
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