Um ex-presidente da Ucrânia alertou que os EUA “perderão prestígio perante o mundo inteiro” se abandonarem Kiev.
Numa ampla entrevista sobre a invasão em curso da Ucrânia pela Rússia, Leonid Kuchma implorou às nações ocidentais que continuassem a fornecer ajuda à Ucrânia, uma vez que parece cada vez mais improvável que o Congresso dos EUA aprove financiamento adicional destinado pelo presidente Joe Biden.
Kuchma foi presidente da Ucrânia entre 1994 e 2005 e, durante o seu mandato, assinou dois acordos históricos com a Rússia que solidificaram as fronteiras pós-União Soviética da Ucrânia: o Memorando de Budapeste de 1995 e um tratado de amizade de 1997, que foi negociado com Boris Yeltsin.
Numa entrevista ao Guardian, Kuchma disse que viu os republicanos no Senado dos EUA votarem contra um pacote de assistência à Ucrânia de 61 mil milhões de dólares (47 mil milhões de libras) na semana passada.
Kuchma também ofereceu o seu apoio a Zelensky, que recentemente descartou a possibilidade de quaisquer eleições terem lugar na Ucrânia no próximo ano se a guerra continuar nessa altura.
Ele disse: “Nossas casas estão sendo bombardeadas. Os soldados estão nas trincheiras. Cinco milhões de ucranianos vivem na Europa.
“Não se pode pedir às pessoas que saiam e votem nestas circunstâncias. É um absurdo. Se isso acontecesse, tenho a certeza que Zelensky venceria.”
Questionado sobre se a Ucrânia ainda poderia vencer a batalha contra a Rússia, dado que a solidariedade internacional continua a diminuir, Kuchma respondeu: “Acredito na vitória. Não posso existir de outra maneira.”
Ele também emitiu um aviso amargo para outros países se a Ucrânia cair nas mãos de Moscovo, mas permaneceu desafiador nesta crença de que a Ucrânia prevalecerá.
“Só quero dizer uma coisa: não vamos recuar. Permaneceremos até o fim”, afirmou.
“Nunca vamos desistir – de jeito nenhum. Se você nos ajudar, venceremos. Se você parar de nos ajudar, podemos morrer.”
“Mas então vocês serão os próximos que a Rússia quer destruir.”
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