O presidente francês, Emmanuel Macron, teve que lidar com “três reuniões de crise em 24 horas” após um revés humilhante com a lei de imigração de seu governo.
Na noite de terça-feira (12 de dezembro), Macron convocou os principais ministros para discutir a situação no Palácio do Eliseu, depois que a Assembleia Nacional votou contra a legislação destinada a implementar medidas mais rígidas de imigração, de acordo com reportagens da FranceInfo. Esta é a primeira vez em 25 anos que um projeto de lei do governo é rejeitado pelos deputados antes mesmo de ser debatido no Legislativo francês.
Após discussões adicionais sobre a crise na terça-feira, o governo de Macron decidiu devolver a legislação a uma comissão parlamentar composta por sete senadores e sete legisladores da Câmara dos Deputados, a fim de criar um texto comprometido para romper o impasse atual.
A lei de imigração proposta foi elaborada em parte como resposta à ascensão da extrema direita anti-imigrante na França. Esta é a segunda lei de imigração promulgada por Macron desde que assumiu o cargo em 2017, e a oposição de esquerda o acusa de se concentrar excessivamente na imigração.
Segundo pesquisas de opinião pública, os eleitores franceses priorizam questões como estabilidade financeira, educação e saúde. De acordo com o Le Monde, o parlamento francês vota uma nova lei de imigração a cada dois anos, em média, desde 1945.
O governo alegou que a legislação proposta visava gerir a imigração e, ao mesmo tempo, melhorar a integração. Ela buscava agilizar o processo de expulsão de migrantes que cumprem penas de prisão de cinco anos ou mais, bem como impor restrições mais rígidas aos migrantes que trazem familiares para a França.
No entanto, o projeto de lei era significativamente menos rigoroso do que um projeto proposto pelo Senado, a câmara alta do parlamento dominada pela direita, que propôs cortes significativos no acesso dos migrantes aos cuidados de saúde e aos benefícios.
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