As Nações Unidas foram obrigadas a fechar temporariamente sua sede europeia devido aos altos custos de eletricidade, que se mostraram quase impossíveis para a organização internacional.
O Palais des Nations em Genebra permanecerá fechado até 12 de janeiro, devido a uma crise de liquidez em curso que levou as autoridades a adotar medidas de economia.
O edifício foi construído entre 1929 e 1936 e tem servido como sede da ONU na Europa desde 1966.
Porém, os líderes decidiram fechar o local em 20 de dezembro de 2023, para economizar em aquecimento, eletricidade e manutenção.
As autoridades disseram que tiveram que tomar medidas drásticas, já que os cofres da ONU sofrem com a falta de contribuições dos membros.
Alessandra Vellucci, porta-voz da ONU, disse à Keystone-ATS na sexta-feira, 5 de janeiro, que 50 estados membros não conseguiram cumprir seus pagamentos contributivos.
Cada membro paga uma “contribuição fixa” que varia de país para país, com base em uma fórmula complexa que considera o rendimento nacional e a população.
A fórmula significa que as nações mais ricas pagam mais e a ausência desses pagamentos maiores pode causar um impacto financeiro duradouro.
Vellucci disse que os EUA, um membro fundador com um dos maiores PIBs do mundo, estão entre as nações que deixaram de pagar.
Para economizar dinheiro, os administradores do Palais des Nations desligaram todas as escadas rolantes e reduziram drasticamente o uso do aquecimento, apesar da chegada iminente do inverno.
Em declarações à Rádio Télévision Suisse (RTS), um funcionário público disse que o fechamento dos serviços faz com que os Estados-membros “entendam que o orçamento está mais do que no vermelho”.
O funcionário acrescentou que, até 12 de dezembro, apenas 141 dos 193 Estados membros tinham pago a contribuição obrigatória.
Ao mesmo tempo, o Escritório das Nações Unidas em Genebra (UNOG) viu sua conta de eletricidade dobrar todos os anos desde 2021.
Kira Kruglikova, diretora de administração do UNOG, disse que o aumento total de preços ao longo dos anos “é de 344 por cento”, aumentando a pressão adicional sobre a organização.
Porém, as autoridades estão convencidas de que as medidas que tomaram podem ajudar, tendo a diretora-geral do UNOG, Tatiana Valovaya, dito ao Swiss.info: “Embora esteja preocupada que a atual crise de liquidez esteja de fato tendo um impacto nas nossas operações, estou confiante de que as medidas que tomamos podem mitigar esses efeitos negativos.”
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