Você precisa ser um verdadeiro técnico para apreciar o Vision Pro da Apple.
Para começar, você raramente tem liberdade para mover a cabeça ao usar os fones de ouvido de realidade virtual ou precisa recomeçar. E seus olhos e mãos estão fazendo quase todo o trabalho.
Eu estava entre as poucas centenas de pessoas que fizeram fila antes do amanhecer de sexta-feira em frente à principal loja da Apple em Nova York, na Quinta Avenida de Manhattan, para testar o futurístico aparelho de US$ 3.500 da empresa.
Uma vez dentro do showroom lotado, me inscrevi para uma demonstração do Vision Pro – aberta apenas para maiores de 13 anos – que exigia o preenchimento de um questionário detalhado sobre minha visão, já que óculos não podem ser usados com o fone de ouvido.
Pessoas que usam óculos precisam ter suas prescrições medidas com um aparelho especial fabricado por terceiros e, em seguida, usar inserções ópticas nos fones de ouvido para ajustar a visão.
Quando finalmente coloquei os fones de ouvido de RV, tive que passar por reconhecimento facial e manual, e conectar uma série de pontos olhando para eles e batendo o polegar e o indicador três vezes antes de entrar no sistema.
A partir desse ponto, quase tudo foi controlado pelos meus olhos e dedos.
Se eu quisesse acessar o menu, bastava olhar para o ícone, tocar o indicador e o polegar juntos e abri-lo. O mesmo valia para as pastas de fotos.
Se eu apertasse os dedos, seria capaz de mover a imagem à minha frente ou redimensioná-la. Cada um dos meus movimentos era capturado pelas dezenas de câmeras e cinco sensores do dispositivo.
A maioria das vezes, eu tinha que manter a cabeça reta e apenas mover os olhos, caso contrário, os fones de ouvido precisariam ser reiniciados, o que levava alguns minutos.
Além disso, há o preço: o Vision Pro custa impressionantes US$ 3.500, aproximadamente cinco semanas de salário para alguém que ganha o salário mínimo na cidade de Nova York.
E o peso: pesando 20 onças, os fones de ouvido são relativamente pesados, e quanto mais tempo eu os usei, parado e imóvel com o aparelho preso ao rosto, mais senti o peso.
Mas uma das poucas vezes em que consegui me movimentar foi no modo de visão panorâmica, que permitia mais liberdade.
Como parte da demonstração, foi mostrada uma performance de Alicia Keys na visão panorâmica, que parecia notavelmente realista e próxima. Pude vê-la cantar de lado e, em seguida, virar a cabeça e ver seus artistas de apoio.
O som era tão impressionante quanto a visão nítida, dando-me a sensação de que estava assistindo a um show pessoalmente.
Outros clipes imersivos mostrados durante a demonstração incluíam homens jogando futebol, um surfista pegando uma onda e velas de aniversário sendo sopradas em um bolo.
Em certo momento, recuei na cadeira quando parecia que um rinoceronte estava me atacando diretamente!
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