A chefe de um centro anti-extremismo financiado publicamente afirma que o Governo pode ser um “culto da morte” que “odeia crianças”, o que gerou pedidos do Partido Act para sua demissão. A professora Joanna Kidman, diretora do Centro de Excelência em Pesquisa para Prevenção e Combate ao Extremismo Violento, criticou o Governo na noite de terça-feira, em resposta ao anúncio de que o primeiro campo de treinamento militar para jovens infratores estaria em operação até meados de 2024.
Kidman escreveu em um post no Twitter que ela “só poderia presumir que este governo odeia crianças, a maioria das quais serão pobres e morenas”. “Há muitas evidências de que os campos de treinamento militar para jovens não funcionam e são caros”, acrescentou.
Kidman também criticou o Governo por querer cortar a merenda escolar gratuita, em resposta ao Ministro Associado da Educação e líder do Act, David Seymour, que classificou a merenda escolar gratuita como um “desperdício” de despesa pública.
É a segunda polêmica nas redes sociais envolvendo Seymour, após ele trocar farpas com a co-presidente da Health Coalition Aotearoa, profª Lisa Te Morenga, sobre o programa de merenda escolar gratuita do governo. Te Morenga chamou a coligação de um “governo fascista de supremacia branca”, enquanto Seymour disse que ela tinha “problemas de gestão da raiva”.
Kidman foi nomeada diretora por um mandato de três anos em junho de 2022 pela ex-primeira-ministra Dame Jacinda Ardern, em resposta ao relatório da Comissão Real de Inquérito sobre o ataque terrorista de Christchurch.
Seymour afirmou que os comentários de Kidman são prejudiciais e promovem divisão e extremismo, em vez de um debate racional sobre as políticas do Governo. Ele destacou a importância da liberdade de expressão, porém ressaltou que é necessário respeitar certas normas de conduta em um ambiente público.
A Universidade Victoria, que abriga o centro, declarou que está discutindo o comportamento de Kidman nas redes sociais, enfatizando a importância de promover um debate fundamentado com respeito e compreensão mútua.
O ilustre professor emérito Paul Spoonley foi nomeado diretor interino para auxiliar Kidman na gestão do centro. Spoonley não quis comentar quando abordado pelo Arauto.
O líder do Partido Act, David Seymour, afirmou que Kidman não parece estar acrescentando valor ao centro e que sua postura extremista compromete a credibilidade da instituição. O Partido Act pediu a demissão imediata de Kidman, destacando que seu salário é pago pelos contribuintes e que seu comportamento não condiz com os princípios de unidade e respeito que o centro deveria promover.
O gabinete do primeiro-ministro foi contactado para comentar sobre a situação. Benjamin Plummer e Raphael Franks são repórteres sediados em Auckland que cobrem as últimas notícias para o Arauto.
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