Domonic Davis, um menino de onze anos, estava perto da casa de sua mãe em Cincinnati quando tiros foram disparados de um carro que passava. No total, quase duas dúzias de tiros foram disparados contra um grupo de crianças em um piscar de olhos. Além de Domonic, outras quatro crianças e uma mulher ficaram feridas no tiroteio que ocorreu em novembro e tirou a vida do menino, que acabara de entrar para o time de basquete da escola.
Seu pai, Issac Davis, ficou chocado com o ocorrido e se perguntou como algo assim poderia acontecer com uma criança de apenas 11 anos. O tiroteio ainda está sob investigação, mas os dados preliminares indicam que a arma utilizada foi ilegalmente convertida para disparar como uma metralhadora. Essas conversões ilegais têm se tornado cada vez mais comuns nos Estados Unidos nos últimos anos, alimentando a violência armada.
Dispositivos conhecidos por nomes como interruptores Glock, sensores automáticos e chips têm permitido que indivíduos transformem armas semiautomáticas legais em armas ainda mais perigosas. Esses dispositivos podem ser produzidos em uma impressora 3D em cerca de 35 minutos ou adquiridos online por menos de US$ 30. Uma vez instalados, esses dispositivos modificam o funcionamento das armas, fazendo com que disparem automaticamente assim que o gatilho é acionado.
O aumento no uso desses dispositivos tem preocupado autoridades policiais e federais. Entre 2017 e 2021, houve um aumento de 570% no número de dispositivos de conversão apreendidos pela polícia. Esses dispositivos foram usados em diversos tiroteios em massa, incluindo um que deixou quatro mortos em uma festa no Alabama e outro que resultou em seis mortes em Sacramento, Califórnia.
Em Indianapolis, a polícia tem apreendido esses dispositivos semanalmente. Embora sejam considerados metralhadoras ilegais pela lei federal, muitos estados ainda não possuem leis específicas contra eles. Indiana, por exemplo, mudou sua legislação para incluir os interruptores após a frequente apreensão desses dispositivos pela polícia.
No entanto, antes de qualquer acusação, é preciso encontrar esses dispositivos. Muitas vezes do tamanho de uma moeda, podem passar despercebidos após serem instalados. Eles também são cada vez mais populares online e nas mídias sociais, o que preocupa ainda mais as autoridades.
O pai de Domonic, Issac Davis, pretende criar uma fundação chamada For Every Eleven para combater a violência armada e honrar a memória de seu filho. Ele ressalta a importância de manter viva a memória de Domonic e continuar lutando contra a violência armada, mesmo diante da dor pela perda de seu filho.
Essa tendência de conversão de armas semiautomáticas em automáticas é alarmante e tem afetado comunidades em todo o país. As autoridades seguem investigando esses casos e buscando formas de combater essa prática ilegal, visando reduzir a violência armada e proteger a vida de crianças e jovens inocentes como Domonic.