O Conselho de Segurança da ONU votará na segunda-feira um novo projeto de resolução sobre um cessar-fogo “imediato” em Gaza, depois de a Rússia e a China terem vetado um texto anterior proposto pelos Estados Unidos. O Conselho tem estado dividido sobre a guerra entre Israel e o Hamas desde os ataques de 7 de Outubro, tendo aprovado apenas duas das oito resoluções, sendo que ambas tratam principalmente da ajuda humanitária à devastada Faixa de Gaza. Membro do Conselho Permanente e principal apoiante de Israel, os Estados Unidos apoiaram inequivocamente o direito de Israel de se defender após os ataques sem precedentes do Hamas.
Mas com o aprofundamento da crise humanitária em Gaza, os Estados Unidos moderaram o seu apoio a Israel relativamente à condução da guerra contra o grupo militante palestiniano. A guerra em Gaza começou com um ataque sem precedentes do Hamas, em 7 de outubro, que resultou em cerca de 1.160 mortes em Israel, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais israelitas. Israel prometeu destruir os militantes, que também capturaram cerca de 250 reféns, dos quais Israel acredita que cerca de 130 permanecem em Gaza, incluindo 33 presumivelmente mortos. O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, estimou no domingo o número total de mortos no território em 32.226, a maioria mulheres e crianças. O ministério disse que 72 pessoas foram mortas nas primeiras horas de domingo, incluindo pelo menos 26 mortas em ataques aéreos contra cinco casas na cidade de Rafah, no sul do país.
Na sexta-feira passada, o Conselho de Segurança votou um projeto apresentado pelos Estados Unidos que apelava a um cessar-fogo “imediato” ligado à libertação de reféns. A China e a Rússia vetaram a resolução, criticando-a por não ter exigido explicitamente que Israel suspendesse a sua campanha.
O novo texto, de acordo com a versão vista pela AFP no domingo, “exige um cessar-fogo imediato” para o mês sagrado muçulmano do Ramadã, “levando a um cessar-fogo permanente e sustentável”. Também “exige a libertação imediata e incondicional de todos os reféns, bem como o “levantamento de todas as barreiras à prestação de assistência humanitária em grande escala”.
O texto está a ser apresentado por membros não permanentes do Conselho de Segurança, que trabalharam com os Estados Unidos durante o fim de semana para evitar um veto, segundo diplomatas que falaram à AFP sob condição de anonimato. “Esperamos, salvo uma reviravolta de última hora, que a resolução seja adotada e que os Estados Unidos não votem contra ela”, disse um diplomata à AFP.
Antes de partir para uma visita oficial a Washington, o Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que o seu foco incluiria “preservar a vantagem militar qualitativa” e “a nossa capacidade de obter plataformas e munições”. Ele deve se encontrar com o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, e outros altos funcionários dos EUA. Uma das principais fontes de tensão entre Israel e os Estados Unidos tem sido o destino de Rafah, onde cerca de 1,5 milhões de palestinianos procuraram abrigo desde o início da guerra.
Discussão sobre isso post