Alguns dos alimentos que aguardam para chegar à Faixa de Gaza, vindos do Egito, estão começando a apodrecer. Isso ocorre devido ao fechamento da passagem de Rafah para o fornecimento de ajuda, que já dura três semanas, resultando em um aumento da fome entre as pessoas dentro do território palestino.
Rafah era o principal ponto de entrada para ajuda humanitária e alguns suprimentos comerciais, antes de Israel intensificar sua ofensiva militar do lado de Gaza da fronteira em 6 de maio e assumir o controle da passagem no lado palestino.
Tanto autoridades quanto fontes egípcias afirmam que as operações humanitárias estão em risco devido à atividade militar e Israel precisa devolver a passagem aos palestinos para que as operações possam ser retomadas. O Egito também expressou preocupação com o risco de deslocamento dos palestinos de Gaza.
Na sexta-feira, Egito e Estados Unidos concordaram em enviar ajuda através da passagem de Kerem Shalom, em Israel, até que acordos legais para reabrir Rafah do lado palestino sejam alcançados, conforme informou a presidência egípcia.
Isso poderia ajudar a aliviar o atraso na entrega de ajuda entre o lado egípcio da travessia e a cidade de al-Arish, cerca de 45 km a oeste de Rafah, que é um ponto de chegada para doações de ajuda internacional. Entretanto, para alguns suprimentos alimentares, já é tarde demais.
Um motorista de caminhão, Mahmoud Hussein, relatou que suas mercadorias estão dentro do veículo há um mês, deteriorando-se gradualmente sob o sol. Alguns alimentos estão sendo descartados e outros vendidos a preços baixos.
O monitor global da fome alerta para a iminente fome em partes de Gaza, onde vivem 2,3 milhões de pessoas. Desde 7 de maio, nenhum caminhão passou por Rafah e apenas alguns passaram por Kerem Shalom, de acordo com dados da ONU. Menos de 900 caminhões entraram em Gaza desde essa data, em contraste com a necessidade de pelo menos 500 caminhões diários.
A quantidade de ajuda aguardando no norte do Sinai, no Egito, é significativa, com alguns suprimentos parados há mais de dois meses. Khaled Zayed, chefe do Crescente Vermelho Egípcio na área, mencionou que alguns pacotes de ajuda requerem certa temperatura e são armazenados por especialistas treinados para manter a qualidade.
Espera-se que a fronteira seja reaberta o mais rápido possível. Mais de 2.000 caminhões da ONU e ONGs internacionais estão esperando para entrar em Gaza, incluindo 1.574 transportando alimentos. A KSrelief, organização de caridade financiada pela Arábia Saudita, tem mais de 350 caminhões com alimentos e suprimentos médicos, mas alguns itens, como farinha, precisaram ser descarregados devido ao risco de deterioração.
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