FOTO DO ARQUIVO: Pessoas caminham em frente ao prédio da sede do Banco Central em Brasília, Brasil, 25 de agosto de 2021. REUTERS / Amanda Perobelli / Foto do arquivo
22 de setembro de 2021
BRASÍLIA (Reuters) – O banco central do Brasil aumentou na quarta-feira as taxas de juros em 100 pontos-base e sinalizou um terceiro aumento direto desse tamanho em outubro, enquanto luta contra o aumento da inflação com o aperto monetário mais agressivo do mundo.
O comitê de fixação de taxas do banco, conhecido como Copom, decidiu por unanimidade aumentar sua taxa básica de juros para 6,25%, conforme projeção da maioria dos economistas em pesquisa da Reuters.
A medida coloca o Brasil na linha de frente de uma batalha global contra a alta dos preços ao consumidor, elevando sua taxa de referência de uma baixa recorde de 2,00% no início do ano, enquanto a inflação de 12 meses flerta com dois dígitos.
O Copom delineou no comunicado que a acompanha planeja “avançar ainda mais com o processo de aperto monetário no território restritivo”, com outro aumento na taxa de pontos percentuais no próximo mês.
“Esse ritmo (de aumentos de taxas) é o mais adequado para garantir a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante e, simultaneamente, permitir ao Comitê obter mais informações sobre o estado da economia e a persistência dos choques”, escreveram os formuladores de política em sua declaração.
O enfraquecimento da moeda e as dúvidas sobre as perspectivas fiscais do Brasil forçaram o banco central a adotar uma abordagem de linha dura, dizem muitos economistas. As crescentes expectativas de um aumento das taxas no próximo ano pelo Federal Reserve dos EUA aumentaram a pressão sobre os mercados emergentes.
Embora 25 dos 35 economistas ouvidos pela Reuters tivessem previsto um aumento de 100 pontos-base na quarta-feira, nove previam um aumento ainda mais agressivo das taxas.
“Acho que o banco central era apenas um pouco hawkish. Eu esperava mais ”, disse o economista João Leal, da Rio Bravo Investimentos em São Paulo.
No entanto, alguns alertam que o forte aperto no Brasil vai sufocar uma recuperação econômica na maior economia da América Latina, matando o crescimento e encorajando políticas mais populistas do presidente Jair Bolsonaro enquanto busca a reeleição em 2022.
(Reportagem de Marcela Ayres; Reportagem adicional de Jose de Castro em São Paulo; Escrita de Brad Haynes; Edição de Stephen Eisenhammer e Richard Pullin)
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FOTO DO ARQUIVO: Pessoas caminham em frente ao prédio da sede do Banco Central em Brasília, Brasil, 25 de agosto de 2021. REUTERS / Amanda Perobelli / Foto do arquivo
22 de setembro de 2021
BRASÍLIA (Reuters) – O banco central do Brasil aumentou na quarta-feira as taxas de juros em 100 pontos-base e sinalizou um terceiro aumento direto desse tamanho em outubro, enquanto luta contra o aumento da inflação com o aperto monetário mais agressivo do mundo.
O comitê de fixação de taxas do banco, conhecido como Copom, decidiu por unanimidade aumentar sua taxa básica de juros para 6,25%, conforme projeção da maioria dos economistas em pesquisa da Reuters.
A medida coloca o Brasil na linha de frente de uma batalha global contra a alta dos preços ao consumidor, elevando sua taxa de referência de uma baixa recorde de 2,00% no início do ano, enquanto a inflação de 12 meses flerta com dois dígitos.
O Copom delineou no comunicado que a acompanha planeja “avançar ainda mais com o processo de aperto monetário no território restritivo”, com outro aumento na taxa de pontos percentuais no próximo mês.
“Esse ritmo (de aumentos de taxas) é o mais adequado para garantir a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante e, simultaneamente, permitir ao Comitê obter mais informações sobre o estado da economia e a persistência dos choques”, escreveram os formuladores de política em sua declaração.
O enfraquecimento da moeda e as dúvidas sobre as perspectivas fiscais do Brasil forçaram o banco central a adotar uma abordagem de linha dura, dizem muitos economistas. As crescentes expectativas de um aumento das taxas no próximo ano pelo Federal Reserve dos EUA aumentaram a pressão sobre os mercados emergentes.
Embora 25 dos 35 economistas ouvidos pela Reuters tivessem previsto um aumento de 100 pontos-base na quarta-feira, nove previam um aumento ainda mais agressivo das taxas.
“Acho que o banco central era apenas um pouco hawkish. Eu esperava mais ”, disse o economista João Leal, da Rio Bravo Investimentos em São Paulo.
No entanto, alguns alertam que o forte aperto no Brasil vai sufocar uma recuperação econômica na maior economia da América Latina, matando o crescimento e encorajando políticas mais populistas do presidente Jair Bolsonaro enquanto busca a reeleição em 2022.
(Reportagem de Marcela Ayres; Reportagem adicional de Jose de Castro em São Paulo; Escrita de Brad Haynes; Edição de Stephen Eisenhammer e Richard Pullin)
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