Riad anunciou no domingo que reduziria ainda mais a produção em um milhão de barris por dia em uma tentativa de sustentar os preços, apesar dos temores de uma recessão.
O anúncio veio após uma reunião dos 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), encabeçada pela Arábia Saudita e seus 10 parceiros, liderados pela Rússia.
O corte é para julho, mas “pode ser estendido”, disse o ministro da Energia saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, a repórteres.
É um corte “voluntário” anunciado após a reunião presencial da OPEP+ de uma hora na sede do grupo em Viena, que teve algumas negociações difíceis.
Os analistas esperavam que os produtores da Opep + mantivessem sua política atual, mas surgiram sinais neste fim de semana de que os 23 países podem fazer cortes mais profundos.
Um corte de produção de um milhão de barris por dia (bpd) estava sendo discutido, segundo a fonte próxima às negociações.
Em abril, vários membros da Opep+ concordaram em cortar a produção voluntariamente em mais de um milhão de bpd – uma medida surpreendente que reforçou brevemente os preços, mas não conseguiu uma recuperação duradoura.
– Briga por cotas –
A agência de notícias Bloomberg informou que uma briga com os membros africanos do grupo ameaçou atrapalhar o encontro.
Enquanto os Emirados Árabes Unidos pressionam por uma mudança na forma como seus cortes de produção são medidos, os países africanos relutam em abrir mão de algumas de suas cotas não utilizadas – uma opção politicamente intragável, disse, citando delegados.
Vários países da OPEP+ – incluindo Angola e Nigéria, que já parecem estar em capacidade máxima – têm lutado para cumprir suas cotas.
Os produtores de petróleo estão enfrentando a queda dos preços e a alta volatilidade do mercado em meio à invasão russa da Ucrânia, que abalou as economias em todo o mundo.
Os preços do petróleo caíram cerca de 10 por cento desde que os cortes de abril foram anunciados, com o petróleo Brent caindo perto de US$ 70 o barril, um nível abaixo do qual não é negociado desde dezembro de 2021.
Os traders temem que a demanda caia, com preocupações sobre a saúde da economia global, à medida que os Estados Unidos lutam contra a inflação e as taxas de juros mais altas, enquanto a recuperação pós-Covid da China vacila.
– ‘Sem desacordo’ –
O vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, disse que os atuais cortes na produção foram estendidos até o final de 2024, depois de examinar o assunto “por um longo tempo”.
A Rússia depende das receitas do petróleo com a guerra na Ucrânia se arrastando e as sanções ocidentais atingindo sua economia.
Novak “não vê necessidade de a Opep+ mudar de rumo” porque dificilmente se beneficiaria de preços mais altos, disseram analistas de commodities do Commerzbank em uma nota de pesquisa antes da reunião.
Desde que as sanções ocidentais atingiram Moscou por causa da Ucrânia, a Rússia tem enviado petróleo para a Índia e a China enquanto os gigantes asiáticos absorvem o petróleo barato.
A Arábia Saudita, por outro lado, “precisa de preços mais altos para equilibrar seu orçamento”, disseram analistas do Commerzbank, acrescentando que o preço de equilíbrio do reino está atualmente “em bons 80 dólares por barril”.
Apesar das tensões, os dois principais produtores da Opep+ “sem dúvida farão questão de manter o cartel unido, pois ele tem mais poder graças à frente unida que está mostrando”, disseram.
Em março de 2020, a aliança foi levada à beira do colapso quando Moscou se recusou a cortar a produção de petróleo, mesmo quando a pandemia de Covid levou os preços à queda livre.
Após o fracasso das negociações, Riad inundou o mercado ao aumentar as exportações para níveis recordes antes que os dois países chegassem a um acordo.
Questionado se houve desacordo com a Arábia Saudita neste fim de semana, Novak disse: “Não, não tivemos desentendimentos, é uma decisão comum”.
Os países da OPEP+ produzem cerca de 60% do petróleo mundial.
(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado – AFP)
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