O ex-presidente Donald Trump demonstrou, na quinta-feira, sua oposição a uma possível proibição do TikTok que está sendo discutida no Congresso, argumentando que isso beneficiaria o Facebook, o qual ele chamou de “um verdadeiro inimigo do povo”. Trump, de 77 anos, afirmou em uma postagem no Truth Social, aparentemente se referindo ao fundador e CEO da Meta, Mark Zuckerberg, que “Se você se livrar do TikTok, o Facebook e o Zuckerschmuck dobrarão seus negócios”. Ele também adicionou “Não quero que o Facebook, que trapaceou nas últimas eleições, se saia melhor. Eles são um verdadeiro inimigo do povo”.
Zuckerberg baniu Trump do Facebook e do Instagram em 7 de janeiro de 2021, um dia após os apoiadores do ex-presidente invadirem o Capitólio dos EUA na tentativa de impedir a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden em 2020. Trump criticou a decisão do CEO da Meta, declarando que “Da próxima vez que eu estiver na Casa Branca não haverá mais jantares, a seu pedido, com Mark Zuckerberg e sua esposa. Será tudo um negócio!”. Trump foi reintegrado pela Meta no ano passado.
O Comitê de Energia e Comércio da Câmara aprovou por 50 votos a 0 uma legislação na quinta-feira que busca restringir o TikTok. O projeto de lei, apresentado pelos deputados Mike Gallagher (R-Wis.) e Raja Krishnamoorthi (D-Ill.), daria à empresa controladora chinesa do aplicativo, a ByteDance, 165 dias para vender o TikTok ou enfrentar o banimento das lojas de aplicativos operadas pela Apple, Google e outros. Esta medida conta com o apoio do presidente da Câmara, Mike Johnson (R-La.), e o presidente Biden indicou que a sancionaria se chegasse à sua mesa.
Em dezembro de 2022, Biden assinou a Lei de Proibição do TikTok em Dispositivos do Governo, que proibiu o aplicativo de ser utilizado em dispositivos e sistemas do governo federal, devido a preocupações relacionadas ao acesso do Partido Comunista Chinês aos dados do usuário. A ByteDance nega que compartilharia dados com o PCC, classificando as preocupações como “desinformação”. A empresa afirmou após a votação de quinta-feira que a legislação tem como resultado a proibição total do TikTok nos EUA, e que o governo está tentando privar 170 milhões de americanos de seu direito constitucional à liberdade de expressão.
Trump já manifestou apoio à proibição do TikTok nos EUA, chegando a assinar uma ordem executiva em agosto de 2020 que dava à ByteDance 45 dias para vender a plataforma. Essa ordem foi bloqueada judicialmente e Biden revogou a proibição ao assumir o cargo, instruindo o Departamento de Comércio a avaliar se o TikTok representa uma ameaça à segurança nacional. O bilionário gestor de fundos de hedge e doador republicano Jeff Yass foi relatado como ligando pessoalmente para membros republicanos da Câmara em uma tentativa de suspender a legislação que visa proibir o aplicativo, sendo que seu fundo possui uma participação significativa na ByteDance. Um porta-voz de Yass negou que ele estivesse ligando para os legisladores republicanos.
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