FOTO DO ARQUIVO: Um homem caminha dentro do shopping de uma torre comercial no distrito financeiro central de Hong Kong, China, em 23 de novembro de 2017. REUTERS / Bobby Yip
27 de dezembro de 2021
Por Chris Taylor
NOVA YORK (Reuters) – Em uma época mais comum, o burnout é uma exceção.
Na era do COVID, quase parece a norma.
De acordo com Jennifer Moss, as organizações devem se olhar bem no espelho para fomentar culturas de excesso de trabalho que tornam as coisas piores. O autor, palestrante e especialista em bem-estar no local de trabalho escreveu “The Burnout Epidemic: The Rise of Chronic Stress e como podemos corrigi-lo” para ajudar a travar esta crise antes de todos nós batermos na parede.
Moss conversou com a Reuters sobre como superar a pandemia inteira. Os trechos editados estão abaixo.
P: Você fez algumas pesquisas sobre como as pessoas se sentem agora. O que você achou?
R: Durante a segunda onda do COVID, descobrimos que apenas 2% das pessoas classificaram seu bem-estar como excelente e 89% disseram que sua vida profissional estava piorando. Esperávamos que as pessoas ficassem exaustos, trabalhando mais horas no dia e perdendo eficácia.
Mas também descobrimos que o cinismo era muito alto: as pessoas estão começando a sentir que não têm nenhum controle sobre os resultados. Isso é muito perigoso.
P: Como você define o esgotamento especificamente?
R: É o estresse crônico do local de trabalho que não foi gerenciado. Existem seis causas básicas: Carga de trabalho insustentável, falta de controle percebida, recompensas insuficientes pelo esforço, falta de uma comunidade de apoio, falta de justiça e valores e habilidades incompatíveis.
P: As empresas sabem que algo sério está acontecendo, então estão fazendo o suficiente?
R: Os líderes estão preocupados com a saída das pessoas, então eles vêm adicionando algumas estratégias de bem-estar ao seu portfólio. Isso colocou os funcionários mais no assento do motorista; por exemplo, temos visto muitas empresas atrasando o retorno ao local de trabalho. Estratégias de autocuidado podem ser uma coisa boa, mas às vezes são uma solução band-aid para um problema muito maior que precisa ser gerenciado no início.
P: O que as empresas devem fazer para evitar o esgotamento?
R: Eles precisam examinar as causas básicas da carga de trabalho. Dar às pessoas um dia de folga é bom, mas você também precisa reduzir suas expectativas de produtividade.
Se você tem uma cultura de excesso de trabalho, isso não está tornando as pessoas mais eficazes – está deixando-as doentes. As empresas precisam dar às pessoas mais agência sobre como e quando elas voltam ao trabalho, pagar às pessoas o que elas valem, compensá-las se estiverem trabalhando horas extras e certificar-se de que estão promovendo as pessoas pelos motivos certos.
A falta de justiça é um grande problema aqui, porque os jovens sentem que não há caminho para eles.
P: O que as pessoas podem fazer para garantir que não estejam funcionando no vazio?
R: As organizações precisam ter uma grande responsabilidade pelo esgotamento, mas os funcionários também podem ser parte da solução. Podemos trabalhar muito para identificar se estamos exaustos, como a frequência com que nos sentimos exaustos, desinteressados e cínicos. Então, precisamos começar a pensar em recuar, como fazer pausas a cada duas horas, desintoxicar digitalmente, sair de casa, colocar música.
Estabeleça limites para responder e-mails e gerenciar as expectativas de seus clientes, para que nem sempre tudo pareça tão urgente.
P: Os líderes também ficam exaustos. Como eles podem controlar esses sentimentos?
R: Nunca tivemos um trauma coletivo como este, onde cada pessoa está passando por isso. Todos nós estamos sentindo medo e ansiedade social, e o mesmo se aplica aos líderes.
Tenha um pouco de autocompaixão, seja transparente com sua equipe e não se preocupe em parecer vulnerável. Você também tem coisas acontecendo e os funcionários não podem ser o que não podem ver, então modele o comportamento. Se você não está se cuidando, não pode ajudar a equipe.
P: Você lidou com o burnout pessoalmente?
R: Tem sido muito difícil. Temos que nos dar o espaço para não sermos tão eficazes como costumávamos ser. Estamos cansados e nada nisso é normal.
Eu realmente tentei seguir minhas próprias regras e reservar alguns momentos para mim mesma – sentar do lado de fora, ler alguma ficção, passear com meu cachorro na natureza.
Eu sabia que a única maneira de superar isso de uma forma saudável para meus filhos, era fazendo este trabalho. E ajudou.
Todos os dias, cada um de nós deveria olhar para o ano passado, dar tapinhas nas costas e dizer: ‘Eu consegui.’
(Edição de Lauren Young)
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FOTO DO ARQUIVO: Um homem caminha dentro do shopping de uma torre comercial no distrito financeiro central de Hong Kong, China, em 23 de novembro de 2017. REUTERS / Bobby Yip
27 de dezembro de 2021
Por Chris Taylor
NOVA YORK (Reuters) – Em uma época mais comum, o burnout é uma exceção.
Na era do COVID, quase parece a norma.
De acordo com Jennifer Moss, as organizações devem se olhar bem no espelho para fomentar culturas de excesso de trabalho que tornam as coisas piores. O autor, palestrante e especialista em bem-estar no local de trabalho escreveu “The Burnout Epidemic: The Rise of Chronic Stress e como podemos corrigi-lo” para ajudar a travar esta crise antes de todos nós batermos na parede.
Moss conversou com a Reuters sobre como superar a pandemia inteira. Os trechos editados estão abaixo.
P: Você fez algumas pesquisas sobre como as pessoas se sentem agora. O que você achou?
R: Durante a segunda onda do COVID, descobrimos que apenas 2% das pessoas classificaram seu bem-estar como excelente e 89% disseram que sua vida profissional estava piorando. Esperávamos que as pessoas ficassem exaustos, trabalhando mais horas no dia e perdendo eficácia.
Mas também descobrimos que o cinismo era muito alto: as pessoas estão começando a sentir que não têm nenhum controle sobre os resultados. Isso é muito perigoso.
P: Como você define o esgotamento especificamente?
R: É o estresse crônico do local de trabalho que não foi gerenciado. Existem seis causas básicas: Carga de trabalho insustentável, falta de controle percebida, recompensas insuficientes pelo esforço, falta de uma comunidade de apoio, falta de justiça e valores e habilidades incompatíveis.
P: As empresas sabem que algo sério está acontecendo, então estão fazendo o suficiente?
R: Os líderes estão preocupados com a saída das pessoas, então eles vêm adicionando algumas estratégias de bem-estar ao seu portfólio. Isso colocou os funcionários mais no assento do motorista; por exemplo, temos visto muitas empresas atrasando o retorno ao local de trabalho. Estratégias de autocuidado podem ser uma coisa boa, mas às vezes são uma solução band-aid para um problema muito maior que precisa ser gerenciado no início.
P: O que as empresas devem fazer para evitar o esgotamento?
R: Eles precisam examinar as causas básicas da carga de trabalho. Dar às pessoas um dia de folga é bom, mas você também precisa reduzir suas expectativas de produtividade.
Se você tem uma cultura de excesso de trabalho, isso não está tornando as pessoas mais eficazes – está deixando-as doentes. As empresas precisam dar às pessoas mais agência sobre como e quando elas voltam ao trabalho, pagar às pessoas o que elas valem, compensá-las se estiverem trabalhando horas extras e certificar-se de que estão promovendo as pessoas pelos motivos certos.
A falta de justiça é um grande problema aqui, porque os jovens sentem que não há caminho para eles.
P: O que as pessoas podem fazer para garantir que não estejam funcionando no vazio?
R: As organizações precisam ter uma grande responsabilidade pelo esgotamento, mas os funcionários também podem ser parte da solução. Podemos trabalhar muito para identificar se estamos exaustos, como a frequência com que nos sentimos exaustos, desinteressados e cínicos. Então, precisamos começar a pensar em recuar, como fazer pausas a cada duas horas, desintoxicar digitalmente, sair de casa, colocar música.
Estabeleça limites para responder e-mails e gerenciar as expectativas de seus clientes, para que nem sempre tudo pareça tão urgente.
P: Os líderes também ficam exaustos. Como eles podem controlar esses sentimentos?
R: Nunca tivemos um trauma coletivo como este, onde cada pessoa está passando por isso. Todos nós estamos sentindo medo e ansiedade social, e o mesmo se aplica aos líderes.
Tenha um pouco de autocompaixão, seja transparente com sua equipe e não se preocupe em parecer vulnerável. Você também tem coisas acontecendo e os funcionários não podem ser o que não podem ver, então modele o comportamento. Se você não está se cuidando, não pode ajudar a equipe.
P: Você lidou com o burnout pessoalmente?
R: Tem sido muito difícil. Temos que nos dar o espaço para não sermos tão eficazes como costumávamos ser. Estamos cansados e nada nisso é normal.
Eu realmente tentei seguir minhas próprias regras e reservar alguns momentos para mim mesma – sentar do lado de fora, ler alguma ficção, passear com meu cachorro na natureza.
Eu sabia que a única maneira de superar isso de uma forma saudável para meus filhos, era fazendo este trabalho. E ajudou.
Todos os dias, cada um de nós deveria olhar para o ano passado, dar tapinhas nas costas e dizer: ‘Eu consegui.’
(Edição de Lauren Young)
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