A Amazon tentou nesta quinta-feira encerrar uma investigação de três anos de reguladores antitruste da União Europeia, oferecendo uma série de mudanças em suas práticas comerciais e oferecendo aos comerciantes rivais uma maneira mais fácil de alcançar clientes em seu site.
A Amazon está sob investigação por usar indevidamente seu domínio no comércio eletrônico para excluir concorrentes. As autoridades acusaram a empresa de coletar dados não públicos sobre comerciantes independentes para informar suas próprias ofertas de produtos e usar injustamente o Amazon Prime para forçar os vendedores a usar seus negócios de logística.
Na quinta-feira, a Comissão Europeia, o braço executivo do bloco de 27 países, disse que a Amazon prometeu parar de coletar dados não públicos sobre os comerciantes com os quais compete, incluindo informações sobre termos de vendas, receita, remessas, estoque e desempenho.
A Amazon prometeu dar a outros vendedores mais acesso a um espaço valioso em seu site, como o “Buy Box”, que exibe ofertas especiais com destaque. Os comerciantes também poderiam participar do programa Prime sem usar os negócios de logística da Amazon, dando aos varejistas a opção de fazer parceria com outros fornecedores para lidar com estoque e remessas.
As concessões da Amazon teriam duração de cinco anos e valeriam apenas para suas operações na União Europeia. O acordo está agora sob revisão, com uma decisão final da comissão prevista para o final do ano. Empresas rivais e outros grupos têm até 9 de setembro para enviar suas opiniões sobre a oferta da Amazon à comissão.
Um acordo ajudaria a Amazon a evitar uma multa que poderia totalizar bilhões de dólares.
A oferta de acordo decorre de duas investigações em andamento. Em 2019, a comissão iniciou uma investigação da coleta de dados da Amazon sobre comerciantes. Outra investigação sobre o Amazon Prime e a Buy Box começou no ano seguinte.
A União Européia vem aprimorando seu escrutínio das maiores empresas de tecnologia do mundo. Amazon, Apple, Google e Meta foram alvo de investigações antitruste nos últimos anos.
A fiscalização deve se intensificar. Em março, os formuladores de políticas chegaram a um acordo sobre uma nova lei, chamada Digital Markets Act, para impedir que as maiores plataformas de tecnologia usem seus serviços e riqueza para atrair usuários e prejudicar concorrentes. Outra lei, a Lei de Serviços Digitais, coloca mais pressão sobre as empresas de mídia social para limpar suas plataformas.
Os reguladores estão particularmente preocupados com o fato de as maiores empresas de tecnologia estarem prejudicando a concorrência ao alavancar seu tamanho e escala.
A Amazon administra um mercado essencial para que vendedores independentes alcancem clientes, mas também compete com muitos desses comerciantes. A Apple, que também está sob investigação da Comissão Europeia, controla como os fabricantes de aplicativos chegam aos usuários de iPhones e iPads, enquanto vendem softwares que competem com esses serviços.
A Amazon, que enfrenta investigações antitruste separadas na Alemanha e no Reino Unido, levantou preocupações de que os reguladores europeus estavam mirando injustamente nas empresas de tecnologia americanas.
“Embora tenhamos sérias preocupações sobre a Lei de Mercados Digitais que visa injustamente a Amazon e algumas outras empresas dos EUA e discordamos de várias conclusões da Comissão Europeia, nos envolvemos construtivamente com a Comissão para abordar suas preocupações”, afirmou a empresa em comunicado. .
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