A Rússia e a Ucrânia se acusaram mutuamente de bombardear a maior usina nuclear da Europa, alimentando temores internacionais de uma catástrofe no continente. Um olhar sobre a planta e a situação em torno dela:
A MAIOR PLANTA NUCLEAR DA EUROPA
A fábrica de Zaporizhzhia fica no sul da Ucrânia, perto da cidade de Enerhodar, às margens do rio Dnieper. É uma das 10 maiores usinas nucleares do mundo.
Construído durante a era soviética, possui seis reatores com capacidade total de 5.700 megawatts. Três dos reatores estão em operação.
Antes da guerra, a usina era responsável por cerca de metade da eletricidade gerada pela energia nuclear na Ucrânia. O país tem 15 reatores em quatro usinas ativas e também abriga a usina desativada de Chernobyl, local do desastre nuclear de 1986.
OS RUSSOS ASSUMIRAM O CONTROLE
Tropas russas invadiram a fábrica logo após invadir a Ucrânia em 24 de fevereiro.
Durante os combates no início de março, forças russas e ucranianas trocaram tiros perto da usina. As escaramuças resultaram em um incêndio em seu complexo de treinamento.
Os russos deixaram a equipe ucraniana no local para manter a usina em operação e continuou a fornecer eletricidade para partes da Ucrânia controladas pelo governo.
Os combates em torno da usina alimentaram temores de um desastre como o de Chernobyl, onde um reator explodiu e expeliu radiação mortal, contaminando uma vasta área no pior acidente nuclear do mundo.
As forças russas ocuparam o local altamente contaminado de Chernobyl logo após a invasão, mas devolveram o controle aos ucranianos após se retirarem da área no final de março.
ACUSAÇÕES DE COMÉRCIO DA RÚSSIA E UCRÂNIA
A Ucrânia acusou a Rússia de armazenar tropas e armas na fábrica e usar seus terrenos para lançar ataques contra o território controlado pela Ucrânia em todo o rio Dnieper. Autoridades ucranianas e analistas militares dizem que as forças de Moscou empregaram cinicamente a planta como escudo, sabendo que os ucranianos hesitariam em contra-atacar.
A Rússia negou as acusações e, por sua vez, acusou as forças ucranianas de bombardear repetidamente a usina.
Uma série de ataques à usina nos últimos dias danificou alguns de seus equipamentos auxiliares, mas não seus reatores, e não houve ameaça de vazamento de radiação, segundo autoridades russas.
O Ministério da Defesa russo disse que o bombardeio ucraniano da usina no domingo causou uma oscilação de energia e fumaça, provocando um desligamento de emergência e forçando a equipe a reduzir a produção de dois dos reatores.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, alertou que o bombardeio ucraniano da usina está “repleto de consequências catastróficas para vastos territórios, para toda a Europa”, enquanto o Ministério das Relações Exteriores da Rússia acusou a Ucrânia de “tomar toda a Europa como refém”.
Autoridades ucranianas reagiram acusando as forças russas de plantar explosivos na fábrica em preparação para uma esperada contra-ofensiva ucraniana na região. Eles também acusaram a Rússia de lançar ataques da fábrica usando trabalhadores ucranianos como escudos humanos e bombardeando o local.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy disse que o bombardeio russo e a mineração da usina equivalem a “chantagem nuclear”.
O governador de Zaporizhzhia, Oleksandr Starukh, disse que, embora os reatores estejam bem protegidos por suas grossas cúpulas de contenção de concreto, é impossível garantir sua operação segura devido à presença das tropas russas. Ele observou, também, que os locais de armazenamento na usina de combustível nuclear usado não são tão bem protegidos quanto os reatores.
Mark Wenman, especialista nuclear do Imperial College de Londres, disse que os reatores da usina são projetados “para proteger contra desastres naturais e/ou incidentes causados pelo homem, como acidentes de aeronaves ou acidentes com reatores”.
“Não acredito que haja uma alta probabilidade de uma violação do edifício de contenção, mesmo que tenha sido acidentalmente atingido por um projétil explosivo, e ainda menos provável que o próprio reator possa ser danificado por isso”, disse ele. Ele acrescentou que o combustível usado também é armazenado em “contêineres de aço e concreto muito robustos, projetados para suportar impactos de energia muito alta”.
PEDIDOS PARA MONITORAMENTO INTERNACIONAL
Rafael Mariano Grossi, diretor-geral da agência nuclear das Nações Unidas, a Agência Internacional de Energia Atômica, disse à Associated Press na semana passada que a situação em torno da usina de Zaporizhzhia “está completamente fora de controle”, e fez um apelo urgente à Rússia. e Ucrânia para permitir que especialistas visitem o complexo para estabilizar a situação e evitar um acidente nuclear.
“Todos os princípios de segurança nuclear foram violados” na usina, disse Grossi. “O que está em jogo é extremamente grave e extremamente grave e perigoso.”
Grossi disse que a cadeia de suprimentos de equipamentos e peças de reposição foi interrompida, “portanto, não temos certeza de que a fábrica está recebendo tudo o que precisa”. Ele observou que a AIEA também precisa realizar inspeções muito importantes para garantir que o material nuclear esteja sendo protegido.
Grossi acrescentou que houve casos de atrito e relatos de violência entre os russos e a equipe ucraniana.
“Quando você junta isso, você tem um catálogo de coisas que nunca deveriam estar acontecendo em nenhuma instalação nuclear”, disse Grossi.
RÚSSIA E UCRÂNIA CONFLITOS SOBRE VISITA DA AIEA
A AIEA tentou em vão enviar uma equipe de inspeção à fábrica por meses.
Moscou disse que gostaria de receber uma visita da AIEA à fábrica, mas não está claro se está pronta para realmente ajudar a organizar tal viagem.
A Ucrânia anteriormente se opôs à visita de Grossi ao local enquanto permanecer sob o controle de Moscou, exigindo que os militares russos se retirem.
Esta semana, no entanto, as autoridades ucranianas pareciam se animar com essa viagem, com o ombudsman da Ucrânia, Dmytro Lubinets, instando a ONU e a AIEA a enviar uma delegação para ajudar a “desmilitarizar completamente o território” e fornecer garantias de segurança aos funcionários da fábrica.
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A Rússia e a Ucrânia se acusaram mutuamente de bombardear a maior usina nuclear da Europa, alimentando temores internacionais de uma catástrofe no continente. Um olhar sobre a planta e a situação em torno dela:
A MAIOR PLANTA NUCLEAR DA EUROPA
A fábrica de Zaporizhzhia fica no sul da Ucrânia, perto da cidade de Enerhodar, às margens do rio Dnieper. É uma das 10 maiores usinas nucleares do mundo.
Construído durante a era soviética, possui seis reatores com capacidade total de 5.700 megawatts. Três dos reatores estão em operação.
Antes da guerra, a usina era responsável por cerca de metade da eletricidade gerada pela energia nuclear na Ucrânia. O país tem 15 reatores em quatro usinas ativas e também abriga a usina desativada de Chernobyl, local do desastre nuclear de 1986.
OS RUSSOS ASSUMIRAM O CONTROLE
Tropas russas invadiram a fábrica logo após invadir a Ucrânia em 24 de fevereiro.
Durante os combates no início de março, forças russas e ucranianas trocaram tiros perto da usina. As escaramuças resultaram em um incêndio em seu complexo de treinamento.
Os russos deixaram a equipe ucraniana no local para manter a usina em operação e continuou a fornecer eletricidade para partes da Ucrânia controladas pelo governo.
Os combates em torno da usina alimentaram temores de um desastre como o de Chernobyl, onde um reator explodiu e expeliu radiação mortal, contaminando uma vasta área no pior acidente nuclear do mundo.
As forças russas ocuparam o local altamente contaminado de Chernobyl logo após a invasão, mas devolveram o controle aos ucranianos após se retirarem da área no final de março.
ACUSAÇÕES DE COMÉRCIO DA RÚSSIA E UCRÂNIA
A Ucrânia acusou a Rússia de armazenar tropas e armas na fábrica e usar seus terrenos para lançar ataques contra o território controlado pela Ucrânia em todo o rio Dnieper. Autoridades ucranianas e analistas militares dizem que as forças de Moscou empregaram cinicamente a planta como escudo, sabendo que os ucranianos hesitariam em contra-atacar.
A Rússia negou as acusações e, por sua vez, acusou as forças ucranianas de bombardear repetidamente a usina.
Uma série de ataques à usina nos últimos dias danificou alguns de seus equipamentos auxiliares, mas não seus reatores, e não houve ameaça de vazamento de radiação, segundo autoridades russas.
O Ministério da Defesa russo disse que o bombardeio ucraniano da usina no domingo causou uma oscilação de energia e fumaça, provocando um desligamento de emergência e forçando a equipe a reduzir a produção de dois dos reatores.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, alertou que o bombardeio ucraniano da usina está “repleto de consequências catastróficas para vastos territórios, para toda a Europa”, enquanto o Ministério das Relações Exteriores da Rússia acusou a Ucrânia de “tomar toda a Europa como refém”.
Autoridades ucranianas reagiram acusando as forças russas de plantar explosivos na fábrica em preparação para uma esperada contra-ofensiva ucraniana na região. Eles também acusaram a Rússia de lançar ataques da fábrica usando trabalhadores ucranianos como escudos humanos e bombardeando o local.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy disse que o bombardeio russo e a mineração da usina equivalem a “chantagem nuclear”.
O governador de Zaporizhzhia, Oleksandr Starukh, disse que, embora os reatores estejam bem protegidos por suas grossas cúpulas de contenção de concreto, é impossível garantir sua operação segura devido à presença das tropas russas. Ele observou, também, que os locais de armazenamento na usina de combustível nuclear usado não são tão bem protegidos quanto os reatores.
Mark Wenman, especialista nuclear do Imperial College de Londres, disse que os reatores da usina são projetados “para proteger contra desastres naturais e/ou incidentes causados pelo homem, como acidentes de aeronaves ou acidentes com reatores”.
“Não acredito que haja uma alta probabilidade de uma violação do edifício de contenção, mesmo que tenha sido acidentalmente atingido por um projétil explosivo, e ainda menos provável que o próprio reator possa ser danificado por isso”, disse ele. Ele acrescentou que o combustível usado também é armazenado em “contêineres de aço e concreto muito robustos, projetados para suportar impactos de energia muito alta”.
PEDIDOS PARA MONITORAMENTO INTERNACIONAL
Rafael Mariano Grossi, diretor-geral da agência nuclear das Nações Unidas, a Agência Internacional de Energia Atômica, disse à Associated Press na semana passada que a situação em torno da usina de Zaporizhzhia “está completamente fora de controle”, e fez um apelo urgente à Rússia. e Ucrânia para permitir que especialistas visitem o complexo para estabilizar a situação e evitar um acidente nuclear.
“Todos os princípios de segurança nuclear foram violados” na usina, disse Grossi. “O que está em jogo é extremamente grave e extremamente grave e perigoso.”
Grossi disse que a cadeia de suprimentos de equipamentos e peças de reposição foi interrompida, “portanto, não temos certeza de que a fábrica está recebendo tudo o que precisa”. Ele observou que a AIEA também precisa realizar inspeções muito importantes para garantir que o material nuclear esteja sendo protegido.
Grossi acrescentou que houve casos de atrito e relatos de violência entre os russos e a equipe ucraniana.
“Quando você junta isso, você tem um catálogo de coisas que nunca deveriam estar acontecendo em nenhuma instalação nuclear”, disse Grossi.
RÚSSIA E UCRÂNIA CONFLITOS SOBRE VISITA DA AIEA
A AIEA tentou em vão enviar uma equipe de inspeção à fábrica por meses.
Moscou disse que gostaria de receber uma visita da AIEA à fábrica, mas não está claro se está pronta para realmente ajudar a organizar tal viagem.
A Ucrânia anteriormente se opôs à visita de Grossi ao local enquanto permanecer sob o controle de Moscou, exigindo que os militares russos se retirem.
Esta semana, no entanto, as autoridades ucranianas pareciam se animar com essa viagem, com o ombudsman da Ucrânia, Dmytro Lubinets, instando a ONU e a AIEA a enviar uma delegação para ajudar a “desmilitarizar completamente o território” e fornecer garantias de segurança aos funcionários da fábrica.
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