Aleksandr Dugin, 60, é um pensador político russo às vezes chamado de “filósofo de Putin”, que tem sido um dos principais defensores da conquista da Ucrânia.
Originalmente um dissidente anticomunista, Dugin se concentrou nos últimos anos em influenciar o Kremlin e promove uma visão de uma Rússia ressurgente cujo principal inimigo é um mundo “atlântico” liderado pelos Estados Unidos.
Seu pensamento se baseia em ideias de “eurasianismo”, de que a Rússia é uma civilização distinta que deve forjar um estado continental nos moldes de seu antigo império, mas sem a ideologia comunista da União Soviética. Jane Burbank, professora emérita de história da Universidade de Nova York, escreveu que, na opinião de Dugin, após a “venda” da União Soviética para o Ocidente na década de 1990, “a Rússia poderia reviver na próxima fase do combate global e se tornar um ‘ império mundial.’”
Dugin chamou a revolta ucraniana de 2013 contra a liderança pró-russa do país de “golpe de estado dos Estados Unidos” destinado a impedir tal expansão. “Somente depois de restaurar a Grande Rússia, que é a União Eurasiática, podemos nos tornar um ator global confiável”, disse ele.
Os Estados Unidos impuseram sanções contra o Sr. Dugin em 2015 por seu papel em políticas que ameaçavam a Ucrânia, inclusive ajudando a recrutar combatentes para separatistas apoiados pela Rússia no leste da Ucrânia. Sua filha Daria Dugina, 29, que foi morta no sábado quando o carro que ela dirigia explodiu em uma rodovia nos arredores de Moscou, era uma jornalista que estava atingido com sanções este ano pelos Estados Unidos e Grã-Bretanha, acusando-a de publicar desinformação sobre a Ucrânia.
Escrevendo antes do incidente no sábado em seu canal no Telegram, um aplicativo de mensagens sociais, Dugin disse que a Rússia não pode vencer a guerra na Ucrânia a menos que coloque toda a sociedade em pé de guerra. Ele disse que os recentes ataques dentro da Crimeia e a promessa de Kyiv de lançar uma contra-ofensiva demonstraram que a Ucrânia e seus aliados ocidentais não estão prontos para se comprometer.
“A Rússia desafiou a civilização ocidental e isso significa que precisaríamos ir até o fim”, escreveu Dugin em a postagem.
Discussão sobre isso post