Quase três quartos das pessoas em 19 países acreditam que a disseminação de informações falsas online é uma “grande ameaça”, de acordo com um estudo pesquisa divulgado na quarta-feira pelo Pew Research Center.
Os pesquisadores pediram a 24.525 pessoas de 19 países com economias avançadas para avaliar a gravidade das ameaças das mudanças climáticas, doenças infecciosas, desinformação online, ataques cibernéticos de outros países e a condição da economia global. A mudança climática foi a preocupação mais bem avaliada para a maioria dos países, com uma média de 75% dos entrevistados dizendo que é uma grande ameaça. A desinformação ficou logo atrás, com uma média de 70% considerando-a uma grande ameaça.
As descobertas acrescentam pesquisar que o Pew lançou este ano com foco nos Estados Unidos. Essa pesquisa mostrou a desinformação virtualmente ligada ao cyberhacking como a principal preocupação dos americanos, com cerca de sete em cada 10 pessoas dizendo que cada um é uma grande ameaça. Em nítido contraste com os outros países pesquisados, os Estados Unidos classificaram as mudanças climáticas como a menor ameaça entre as opções disponíveis.
A maioria dos americanos está preocupada com a desinformação…
Após vários anos contundentes de desinformação sobre eleições e a pandemia de coronavírus, 70% dos americanos agora acreditam que informações falsas espalhadas online são uma grande ameaça. Outros 26% acreditam que é uma ameaça menor e apenas 2% dizem que não é uma ameaça.
As descobertas colocam os Estados Unidos entre os países mais preocupados com a desinformação online. Os alemães foram os mais preocupados, com 75% dizendo que é uma grande ameaça. Apenas 42% dos israelenses classificaram a questão tão bem, a mais baixa entre os países pesquisados.
… mas há diferenças em todo o espectro político.
Os democratas e aqueles com mais educação eram mais propensos a classificar a desinformação online como uma grande ameaça. Os republicanos e aqueles com menos educação eram menos propensos a classificá-lo como alto.
Entre os americanos que votaram no ex-presidente Donald J. Trump em 2020, 66% disseram que a desinformação online era uma grande ameaça, em comparação com 78% entre os eleitores que apoiaram o presidente Biden.
Pesquisadores já avisaram que as pessoas com menos educação e aquelas em posições mais vulneráveis (por causa, por exemplo, de baixa renda ou saúde precária) eram mais propensas a acreditar e compartilhar informações falsas.
Em todo o mundo, os jovens estão menos preocupados com a desinformação.
A pesquisa descobriu que os jovens tendem a ver a desinformação como menos preocupante do que seus colegas mais velhos. Essa descoberta se alinha com pesquisa anterior mostrando que os jovens são menos propensos a compartilhar desinformação online e têm mais confiança em navegar em falsidades nas mídias sociais.
Jacob Poushter, diretor associado de pesquisa de atitudes globais do Pew, sugeriu que as pessoas mais velhas tendem a classificar as ameaças tecnológicas mais altamente do que ameaças como doenças infecciosas ou uma economia em dificuldades.
“Sabemos que os idosos estão mais preocupados com os ataques cibernéticos e a disseminação de informações falsas online”, disse Poushter. “Isso pode significar que é muito sobre tecnologia.”
Discussão sobre isso post