Por Sabrina Valle
HOUSTON (Reuters) – A Exxon Mobil Corp disse nesta segunda-feira que deixou a Rússia completamente depois que o presidente Vladimir Putin expropriou suas propriedades após sete meses de discussões sobre uma transferência ordenada de sua participação de 30% em um grande projeto de petróleo.
A Exxon não disse se recebeu alguma compensação pelos ativos, avaliados em mais de US$ 4 bilhões. Um porta-voz da Exxon se recusou a comentar se irá contestar a apreensão por meio de um processo de arbitragem internacional, uma possibilidade sinalizada em agosto.
Sua saída ilustra o confronto entre o Ocidente e a Rússia sobre energia após a invasão da Ucrânia por Moscou no final de fevereiro e as ameaças de uso de armas nucleares contra o país e seus apoiadores. BP, TotalEnergies, Equinor e Shell transferiram propriedades para parceiros russos ou deixaram as operações para trás.
“Fizemos todos os esforços para nos envolver com o governo russo e outras partes interessadas”, disse o porta-voz da Exxon.
A empresa disse que “saiu com segurança” da Rússia depois que o governo no início deste mês “encerrou unilateralmente” seus interesses no projeto de petróleo e gás Sakhalin-1, o maior no país.
A Exxon vem tentando abandonar a operação do Sakhalin-1 desde 1º de março, quando anunciou que abandonaria todos os seus mais de US$ 4 bilhões em ativos, deixando aberta a possibilidade de vender o Sakhalin-1. Ele disse que “coordenará de perto” a transferência da operação com seus parceiros – a empresa russa Rosneft, a ONGC Videsh da Índia e a SODECO do Japão para garantir que isso seja feito de maneira segura.
Em abril, a Exxon divulgou uma baixa contábil de US$ 3,4 bilhões na saída da Rússia e este mês sinalizou uma perda de US$ 600 milhões no terceiro trimestre para ativos não identificados. A Exxon avaliou suas participações na Rússia em mais de US$ 4 bilhões.
Em 7 de outubro, Putin apreendeu as ações da Exxon na joint venture de produção de petróleo e as transferiu para uma empresa controlada pelo governo. Em agosto, Putin assinou um primeiro decreto que, segundo a Exxon, tornava difícil uma saída segura e ambientalmente segura de Sakhalin-1. A produtora norte-americana reagiu ao decreto de agosto emitindo uma “nota de diferença”, uma medida legal antes da arbitragem.
A linguagem dura da saída formal da Exxon mostra um resultado desejado para a Exxon – deixar a Rússia – mas em termos inamistosos que podem se traduzir em disputas legais de vários anos, começando com arbitragem em tribunais europeus.
SAÍDA FASE
A Exxon vem reduzindo sua presença na Rússia desde 2014, após sanções contra Moscou depois de anexar a península da Crimeia da Ucrânia.
A empresa norte-americana havia removido no início deste ano seus trabalhadores expatriados e fechado seus negócios de lubrificantes e produtos químicos na Rússia. Em julho, a produção do projeto Sakhalin-1 caiu 10.000 barris por dia (bpd), de 220.000 bpd antes da Rússia invadir a Ucrânia.
O volume foi suficiente para fornecer gás natural para manter as luzes acesas nas cidades russas de Khabarovsk e Vladivostok. Cerca de 700 funcionários da Rússia que mantiveram as operações em funcionamento serão transferidos para a nova empresa russa que assumirá o ativo, disse a Exxon.
“Somos gratos pelo profissionalismo, experiência e compromisso demonstrados pelos funcionários da ENL durante essas circunstâncias difíceis”, disse o porta-voz da Exxon.
A Exxon havia prometido levar seu tempo e fornecer uma transferência segura para um novo operador para evitar derramamentos, acidentes ambientais ou o desligamento das luzes das cidades atendidas pelo projeto.
Os termos russos a impediam de transferir operações ou negociar uma potencial venda para parceiros indianos ou japoneses, que indicavam interesse em manter o suprimento de Sakhalin-1.
A Oil and Natural Gas Corp da Índia planeja assumir uma participação na nova entidade russa que administrará o projeto Sakhalin-1, pois busca manter uma participação de 20% no ativo, disseram três fontes familiarizadas com o assunto.
O Japão decidirá o que fazer sobre o projeto de petróleo e gás Sakhalin-1 no Extremo Oriente da Rússia em consulta com seus parceiros enquanto analisa detalhes de um decreto de Moscou, disse o ministro da Indústria, Yasutoshi Nishimura, na semana passada.
De acordo com o decreto de Putin de 7 de outubro, os parceiros estrangeiros da Sakhalin-1 terão um mês após a criação da nova empresa russa para pedir ao governo russo ações da nova entidade.
A Equinor concordou no mês passado em vender o valor dos ativos russos em US$ 1 bilhão por 1 euro. A venda formal permitiu à Equinor da Noruega renunciar a obrigações futuras e compromissos de investimento. Na sexta-feira, a Danone também vendeu seus ativos, mas manteve uma participação minoritária.
(Reportagem de Sabrina Valle; edição de Grant McCool)
Por Sabrina Valle
HOUSTON (Reuters) – A Exxon Mobil Corp disse nesta segunda-feira que deixou a Rússia completamente depois que o presidente Vladimir Putin expropriou suas propriedades após sete meses de discussões sobre uma transferência ordenada de sua participação de 30% em um grande projeto de petróleo.
A Exxon não disse se recebeu alguma compensação pelos ativos, avaliados em mais de US$ 4 bilhões. Um porta-voz da Exxon se recusou a comentar se irá contestar a apreensão por meio de um processo de arbitragem internacional, uma possibilidade sinalizada em agosto.
Sua saída ilustra o confronto entre o Ocidente e a Rússia sobre energia após a invasão da Ucrânia por Moscou no final de fevereiro e as ameaças de uso de armas nucleares contra o país e seus apoiadores. BP, TotalEnergies, Equinor e Shell transferiram propriedades para parceiros russos ou deixaram as operações para trás.
“Fizemos todos os esforços para nos envolver com o governo russo e outras partes interessadas”, disse o porta-voz da Exxon.
A empresa disse que “saiu com segurança” da Rússia depois que o governo no início deste mês “encerrou unilateralmente” seus interesses no projeto de petróleo e gás Sakhalin-1, o maior no país.
A Exxon vem tentando abandonar a operação do Sakhalin-1 desde 1º de março, quando anunciou que abandonaria todos os seus mais de US$ 4 bilhões em ativos, deixando aberta a possibilidade de vender o Sakhalin-1. Ele disse que “coordenará de perto” a transferência da operação com seus parceiros – a empresa russa Rosneft, a ONGC Videsh da Índia e a SODECO do Japão para garantir que isso seja feito de maneira segura.
Em abril, a Exxon divulgou uma baixa contábil de US$ 3,4 bilhões na saída da Rússia e este mês sinalizou uma perda de US$ 600 milhões no terceiro trimestre para ativos não identificados. A Exxon avaliou suas participações na Rússia em mais de US$ 4 bilhões.
Em 7 de outubro, Putin apreendeu as ações da Exxon na joint venture de produção de petróleo e as transferiu para uma empresa controlada pelo governo. Em agosto, Putin assinou um primeiro decreto que, segundo a Exxon, tornava difícil uma saída segura e ambientalmente segura de Sakhalin-1. A produtora norte-americana reagiu ao decreto de agosto emitindo uma “nota de diferença”, uma medida legal antes da arbitragem.
A linguagem dura da saída formal da Exxon mostra um resultado desejado para a Exxon – deixar a Rússia – mas em termos inamistosos que podem se traduzir em disputas legais de vários anos, começando com arbitragem em tribunais europeus.
SAÍDA FASE
A Exxon vem reduzindo sua presença na Rússia desde 2014, após sanções contra Moscou depois de anexar a península da Crimeia da Ucrânia.
A empresa norte-americana havia removido no início deste ano seus trabalhadores expatriados e fechado seus negócios de lubrificantes e produtos químicos na Rússia. Em julho, a produção do projeto Sakhalin-1 caiu 10.000 barris por dia (bpd), de 220.000 bpd antes da Rússia invadir a Ucrânia.
O volume foi suficiente para fornecer gás natural para manter as luzes acesas nas cidades russas de Khabarovsk e Vladivostok. Cerca de 700 funcionários da Rússia que mantiveram as operações em funcionamento serão transferidos para a nova empresa russa que assumirá o ativo, disse a Exxon.
“Somos gratos pelo profissionalismo, experiência e compromisso demonstrados pelos funcionários da ENL durante essas circunstâncias difíceis”, disse o porta-voz da Exxon.
A Exxon havia prometido levar seu tempo e fornecer uma transferência segura para um novo operador para evitar derramamentos, acidentes ambientais ou o desligamento das luzes das cidades atendidas pelo projeto.
Os termos russos a impediam de transferir operações ou negociar uma potencial venda para parceiros indianos ou japoneses, que indicavam interesse em manter o suprimento de Sakhalin-1.
A Oil and Natural Gas Corp da Índia planeja assumir uma participação na nova entidade russa que administrará o projeto Sakhalin-1, pois busca manter uma participação de 20% no ativo, disseram três fontes familiarizadas com o assunto.
O Japão decidirá o que fazer sobre o projeto de petróleo e gás Sakhalin-1 no Extremo Oriente da Rússia em consulta com seus parceiros enquanto analisa detalhes de um decreto de Moscou, disse o ministro da Indústria, Yasutoshi Nishimura, na semana passada.
De acordo com o decreto de Putin de 7 de outubro, os parceiros estrangeiros da Sakhalin-1 terão um mês após a criação da nova empresa russa para pedir ao governo russo ações da nova entidade.
A Equinor concordou no mês passado em vender o valor dos ativos russos em US$ 1 bilhão por 1 euro. A venda formal permitiu à Equinor da Noruega renunciar a obrigações futuras e compromissos de investimento. Na sexta-feira, a Danone também vendeu seus ativos, mas manteve uma participação minoritária.
(Reportagem de Sabrina Valle; edição de Grant McCool)
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