Ultima atualização: 23 de janeiro de 2023, 08:00 IST
Brazil’s President Luiz Inacio Lula da Silva looks on as he visits the Yanomami Indigenous Health House (CASA Yanomami) in Boa Vista, Roraima state, Brazil (Image: Reuters)
O presidente do Brasil, Lula, acusou seu antecessor Jair Bolsonaro de cometer genocídio ao manter intencionalmente crianças Yanomami desnutridas
O Ministério da Saúde do Brasil declarou emergência médica no território Yanomami, a maior reserva indígena do país na fronteira com a Venezuela, após relatos de crianças morrendo de desnutrição e outras doenças causadas pela mineração ilegal de ouro.
Um decreto publicado na sexta-feira pelo novo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o objetivo da declaração era restaurar os serviços de saúde para o povo Yanomami que havia sido desmantelado por seu antecessor de extrema-direita Jair Bolsonaro.
Em quatro anos da presidência de Bolsonaro, 570 crianças Yanomami morreram de doenças curáveis, principalmente desnutrição, mas também malária, diarreia e malformações causadas por mercúrio usado por garimpeiros selvagens, informou a plataforma de jornalismo amazônica Sumauma, citando dados obtidos por uma FOIA.
Lula visitou um centro de saúde Yanomami em Boa Vista, no estado de Roraima, no sábado, após a publicação de fotos mostrando crianças e idosos tão magros que suas costelas eram visíveis.
“Mais do que uma crise humanitária, o que vi em Roraima foi um genocídio: um crime premeditado contra os Yanomami, cometido por um governo insensível ao sofrimento”, disse Lula no Twitter.
O governo anunciou pacotes de alimentos que serão levados para a reserva onde cerca de 26.000 Yanomamis vivem em uma região de floresta tropical e savana tropical do tamanho de Portugal.
A reserva é invadida por garimpeiros ilegais há décadas, mas as incursões se multiplicaram desde que Bolsonaro assumiu o cargo em 2018 prometendo permitir a mineração em terras anteriormente protegidas e se oferecendo para legalizar a mineração selvagem.
Também há indícios de envolvimento do crime organizado. Em recentes incidentes violentos, homens em lanchas nos rios atiraram com armas automáticas em aldeias indígenas cujas comunidades se opõem à entrada de garimpeiros.
Alguns garimpeiros começaram a sair, temendo as operações de fiscalização do governo Lula, e parecem estar cruzando a fronteira para os vizinhos Guiana e Suriname, disse Estevão Senra, pesquisador do Instituto Socioambiental, uma ONG que defende os direitos indígenas.
Lula disse que o novo governo porá fim à mineração ilegal de ouro enquanto se move para reprimir o desmatamento ilegal na Amazônia, que subiu para uma alta de 15 anos sob Bolsonaro.
“Devemos responsabilizar o governo anterior por permitir que essa situação se agravasse a ponto de encontrarmos adultos pesando como crianças e crianças reduzidas a pele e osso”, disse Sonia Guajajara, a primeira mulher indígena a ocupar o cargo de ministra, à frente um novo Ministério de Assuntos Indígenas.
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(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado)
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