Novas informações vistas por autoridades dos EUA sugerem que um grupo pró-Ucrânia atacou os oleodutos Nord Stream 2 que transportam gás natural da Rússia para países da Europa Ocidental, o New York Times informou na terça-feira.
Funcionários dos EUA disseram ao jornal que não há evidências de que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky ou seus principais assessores estivessem envolvidos ou que o governo ucraniano tenha dirigido de outra forma aqueles que atacaram os oleodutos que correm sob o Mar Báltico.
Os EUA e a OTAN inicialmente consideraram o ataque de setembro de 2022 um ato de sabotagem, descartando um desastre natural como um terremoto.
A especulação sobre quem era o culpado variou da Ucrânia à Rússia, da Grã-Bretanha aos Estados Unidos.
A Ucrânia, que foi invadida pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022, imediatamente ficou sob suspeita porque se opôs ao projeto por anos, considerando-o uma ameaça à segurança nacional porque permitiria à Rússia continuar vendendo gás na Europa, impedindo Kiev de coletar taxas de transferência lucrativas.
Uma revisão da nova inteligência, disse o Times, lança pouca luz sobre quem realizou o ataque, quem estava associado a ele ou quem o financiou.
A inteligência sugere, no entanto, que os culpados se opuseram ao presidente russo Vladimir Putin e provavelmente eram cidadãos ucranianos ou russos – ou uma combinação dos dois.
Os funcionários disseram à agência que nenhum americano ou britânico estava envolvido na violação.
Também não há evidências de que o governo russo tenha participado do ataque.
Acreditava-se desde o início que o ataque foi patrocinado pelo Estado por causa de sua sofisticação, que exigia a colocação de explosivos bem abaixo da superfície do Báltico e detoná-los enquanto escapava da detecção.
Os explosivos provavelmente foram colocados com a ajuda de mergulhadores experientes que não pareciam estar ligados a nenhum serviço militar ou de inteligência, disse o relatório, levantando a possibilidade de que os sabotadores receberam treinamento especializado patrocinado pelo Estado no passado.
A Rússia culpou a marinha britânica pelo ataque, uma alegação que Londres acusou Moscou de inventar.
No mês passado, o jornalista vencedor do prêmio Pulitzer, Seymour Hersh, alegou em um relatório que mergulhadores da Marinha dos EUA colocaram as bombas que destruíram os oleodutos.
Hersh, de 85 anos, que ganhou o Pulitzer por expor o massacre de civis vietnamitas em My Lai por tropas americanas em 1968, disse que a Marinha realizou a operação sob a cobertura de um exercício da OTAN.
A alegação gerou uma negação contundente do Pentágono e ceticismo de outros especialistas geopolíticos e observadores.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, se recusou a comentar o relatório, referindo os repórteres aos governos da Alemanha, Suécia e Dinamarca, que abriram investigações sobre o incidente.
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