Os militares dos EUA disseram na terça-feira que lançaram um ataque na Síria matando um militante sênior do grupo Estado Islâmico responsável por planejar ataques na Turquia e na Europa.
O ataque no noroeste da Síria na segunda-feira – o mais recente das forças dos EUA contra o grupo jihadista – matou o líder sênior do EI Khalid Aydd Ahmad al-Jabouri, disse o Comando Central dos EUA.
Ele foi “responsável por planejar ataques do ISIS” na Turquia e na Europa e “desenvolveu a estrutura de liderança para o ISIS” na Turquia, disse o CENTCOM em um comunicado atualizado na terça-feira, usando outro acrônimo para IS.
Não especificou o local do ataque e acrescentou que “nenhum civil foi morto ou ferido”.
“Embora degradado”, o grupo jihadista, que foi expulso de seu último território na Síria em 2019, “continua capaz de conduzir operações na região com o desejo de atacar além do Oriente Médio”, disse o chefe do CENTCOM, general Michael Kurilla.
Sua morte “interromperá temporariamente a capacidade da organização de planejar ataques externos”, disse o CENTCOM.
O EI reivindicou uma série de ataques mortais na Europa nos últimos anos, incluindo um ataque em novembro de 2015 em Paris e seus subúrbios que matou 130 pessoas e outro na cidade francesa de Nice em julho de 2016 que matou 86 pessoas.
No mesmo ano, três ataques suicidas na Bélgica mataram mais de 30 pessoas. Em agosto de 2017, ataques reivindicados pelo EI em Barcelona e em outras partes da Espanha mataram 16 pessoas.
– Ataque de drone –
Na Turquia, o EI assumiu a responsabilidade ou foi responsabilizado por uma série de ataques, incluindo um tiroteio em 2017 em uma boate de Istambul que matou 39 pessoas comemorando o Ano Novo.
Em 2018, um tribunal turco condenou seis supostos militantes do EI à prisão perpétua por ataques no aeroporto de Ataturk, em Istambul, dois anos antes, que mataram 45 pessoas.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um monitor britânico do conflito de mais de uma década na Síria, disse que Jabouri foi morto em um ataque de drones dos EUA na região de Idlib, no noroeste, uma área controlada por jihadistas.
Ele disse que ele foi morto enquanto falava ao telefone enquanto caminhava ao ar livre perto de onde estava hospedado.
O Observatório disse que Jabouri, um iraquiano que se fazia passar por sírio, buscou refúgio na área há cerca de 10 dias.
Damien Ferre, fundador do grupo Jihad Analytics, disse que o nome verdadeiro de Jabouri era Khalil Abdullah al-Khulaif e que ele operava na região de Deir Ezzor, no leste da Síria.
“Como sempre, ele será substituído”, disse Ferre à AFP, mas “ainda é um golpe para o grupo”.
O chefe do CENTCOM, Kurilla, disse que, apesar de não controlar mais nenhum território na Síria ou no Iraque, o EI “continua a representar uma ameaça para a região e além”.
“O CENTCOM continua comprometido com a derrota duradoura” do EI, disse o comunicado.
– ‘Intenção de atacar’ –
Cerca de 900 soldados dos EUA permanecem na Síria, a maioria no nordeste administrado pelos curdos, como parte de uma coalizão liderada pelos EUA que luta contra os remanescentes do EI, que permanecem ativos na Síria e no vizinho Iraque, operando em esconderijos em áreas desérticas e montanhosas.
Em outubro de 2019, Washington anunciou que havia matado o líder do Estado Islâmico Abu Bakr al-Baghdadi em uma operação no noroeste da Síria.
Seus dois sucessores também foram mortos: o primeiro em uma operação dos EUA no noroeste da Síria, o segundo em uma operação de ex-rebeldes sírios no sul do país.
Em fevereiro deste ano, um ataque de helicóptero dos EUA matou o comandante do EI Hamza al-Homsi, que supervisionava as operações dos jihadistas no nordeste da Síria. Quatro militares dos EUA ficaram feridos na operação.
“Nenhum lugar é uma ‘zona segura’ para os líderes do EI na Síria – além da área do deserto de Badia, na província de Homs”, disse Ferre, da Jihad Analytics.
Colin Clarke, chefe de pesquisa do grupo Soufan, um think tank americano sobre segurança internacional, disse que o EI “tem um plano de sucessão claro e continua a elevar outros membros a posições importantes”.
O grupo “ainda tem muita intenção de atacar a Europa e atacar o Ocidente, mas está lutando um pouco com a parte de capacidade dessa equação”, disse à AFP.
Dentro da Síria, o EI realizou uma série de ataques mortais este ano, muitos deles oportunistas.
Sírios empobrecidos em busca de trufas do deserto para vender têm sido um alvo particular dos jihadistas, enquanto a iguaria está em alta nos últimos meses, com dezenas de mortos em emboscadas.
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(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado)
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