A polícia no Brasil revistou a casa do ex-presidente Jair Bolsonaro e apreendeu seu telefone celular na quarta-feira, investigando alegações de que o cético da vacina de extrema direita e seu círculo íntimo falsificaram certificados de vacinação contra a Covid-19 para evitar restrições de saúde.
Bolsonaro, que enfrentou críticas generalizadas como presidente por seu tratamento pouco ortodoxo da pandemia, negou as acusações, acusando as autoridades de tentar fabricar um processo contra ele.
“Não houve falsificação da minha parte. Nenhum”, disse ele a jornalistas do lado de fora de sua casa em Brasília após a operação matinal.
“Não fui vacinado, ponto final”, disse ele.
“Estou surpreso… com a operação de busca e apreensão na casa de um ex-presidente, tentando fabricar um caso.”
A operação ocorreu depois que a Polícia Federal disse ter descoberto um esquema no qual um importante assessor de Bolsonaro, o coronel do Exército Mauro Cid, supostamente explorou uma rede de contatos no sistema de saúde e no governo para obter certificados de vacinação fraudulentos para o próprio Bolsonaro, filha do presidente, sua esposa e filhas, e dois outros assessores presidenciais.
A polícia disse em um resumo ao Supremo Tribunal Federal que havia evidências de que Bolsonaro estava “totalmente ciente” das entradas fraudulentas no sistema de registros eletrônicos de vacinação do Ministério da Saúde, que, segundo eles, visava permitir que seu círculo interno antivacina evitasse os requisitos de viagens internacionais e outras restrições pandêmicas.
– Carcaça ‘robusta’ –
A operação foi ordenada pelo ministro do Supremo Tribunal Alexandre de Moraes, que decidiu que havia evidências “plausíveis, lógicas e robustas” sugerindo que Bolsonaro pode ter estado pessoalmente envolvido.
A polícia cumpriu 16 ordens de busca e apreensão e cumpriu seis mandados de prisão na operação, detendo Cid e os ex-assessores da Presidência Max Guilherme Machado de Moura e Sergio Rocha Cordeiro.
Bolsonaro, de 68 anos, disse que a polícia também apreendeu seu celular e uma arma.
O ex-capitão do exército, que liderou o Brasil de 2019 a 2022, desafiou os conselhos de especialistas sobre o gerenciamento do Covid-19, que já matou mais de 700.000 vidas no Brasil.
Como presidente, ele elogiou o medicamento hidroxicloroquina contra a doença, apesar dos estudos o considerarem ineficaz, e brincou que a vacina poderia “transformar você em um jacaré”.
– Última batalha legal –
A operação é a mais recente batalha legal de Bolsonaro, que enfrenta uma série de investigações do Supremo Tribunal Federal e das autoridades eleitorais.
Também lançou novos holofotes sobre sua decisão de trocar o Brasil pelos Estados Unidos no penúltimo dia de sua presidência, desprezando a posse de seu sucessor de esquerda e arquirrival, Luiz Inácio Lula da Silva.
Bolsonaro partiu para os Estados Unidos em 30 de dezembro, depois de perder uma eleição amargamente divisiva para Lula.
Os EUA exigem que os viajantes aéreos internacionais apresentem comprovante de vacinação contra a Covid-19, uma exigência que a Casa Branca anunciou na segunda-feira que terminaria em 11 de maio.
A exigência não se aplica a funcionários de governos estrangeiros, e Bolsonaro disse que não foi solicitado a apresentar comprovante de vacinação na chegada.
Mas o status de Bolsonaro como funcionário do governo expirou quando seu mandato terminou em 31 de dezembro.
Ele então solicitou um visto para permanecer nos Estados Unidos como cidadão comum.
Não está claro se a exigência de vacinação se aplicava a ele naquele momento. Um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA disse a repórteres que os registros de vistos individuais são confidenciais.
Bolsonaro, um aliado próximo do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, permaneceu em Orlando, Flórida, por três meses após sua presidência.
Ele voltou ao Brasil em 30 de março, prometendo lutar contra o governo Lula.
Mas ele corre o risco de ser enredado por inúmeras investigações e já foi interrogado pela Polícia Federal em dois casos desde seu retorno.
Uma delas foi sobre acusações de incitar tumultos dentro do palácio presidencial, do Congresso e da Suprema Corte em 8 de janeiro por apoiadores que se recusaram a aceitar sua derrota eleitoral.
A outra era sobre acusações de que ele tentou manter ilegalmente milhões de dólares em joias com diamantes recebidas como presente da Arábia Saudita durante sua presidência.
Bolsonaro enfrenta um total de quatro investigações do Supremo Tribunal Federal que podem levá-lo à prisão e 16 processos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O TSE, que está investigando as alegações não comprovadas de fraude no sistema de votação do país, pode tirá-lo do direito de concorrer ao cargo por oito anos, tirando-o da corrida presidencial de 2026.
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(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado)
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