O presidente Volodymyr Zelensky reuniu-se com os líderes do G7 em uma visita histórica a Hiroshima no sábado, garantindo o tão desejado acesso aos caças americanos e montando uma ofensiva diplomática.
A aparição surpresa de Zelensky na cúpula é sua maior incursão de Kiev desde que a invasão da Rússia começou há 15 meses, e oferece uma chance de conversar não apenas com aliados, mas também com potências desalinhadas, incluindo Índia e Brasil.
Sua ousada jogada diplomática parecia ter valido a pena.
Zelensky ganhou uma decisão “histórica” da Casa Branca, permitindo que Kiev adquirisse caças F-16, o material mais sofisticado já fornecido pelo Ocidente, com a promessa de mais por vir.
Zelensky disse que os jatos não ajudariam no esforço de guerra imediatamente, mas a decisão foi “um ótimo resultado”.
“Estou muito feliz”, disse ele, durante uma série de reuniões com os líderes do G7, incluindo os da Itália, Grã-Bretanha, França e Alemanha.
“Realmente ajudará nossa sociedade, nosso povo a salvar casas, famílias”.
A viagem é uma oportunidade para pressionar seu plano de um processo de paz condicionado à retirada da Rússia e cortejar potências como a Índia e o Brasil, que não condenaram a guerra de Moscou.
O primeiro-ministro Narendra Modi se encontrou com Zelensky pela primeira vez desde o início da guerra e ofereceu algum apoio.
“Entendo muito bem a sua dor e a dor dos cidadãos ucranianos”, disse Modi. “Posso garantir que para resolver esta Índia e, eu pessoalmente, faremos tudo o que pudermos”, disse Modi.
Zelensky “agradeceu à Índia por apoiar a integridade territorial e a soberania de nosso país”, segundo autoridades ucranianas.
Uma fonte diplomática disse que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva também planejava falar com Zelensky, apesar de anteriormente ter acusado o Ocidente de “encorajar a guerra”.
Depois de um inverno sangrento de combates que viu a vitória russa na cidade oriental de Bakhmut, as forças da Ucrânia se reagruparam para uma contra-ofensiva, mas continuam dependentes do fluxo de armamento ocidental.
Especialistas militares dizem que a aeronave seria uma atualização significativa da envelhecida frota da era soviética da Ucrânia, oferecendo maior capacidade de atingir alvos no ar ou no solo.
Eles também são um símbolo poderoso do apoio ocidental à Ucrânia, evitando qualquer conversa sobre a diminuição do interesse à medida que o conflito avança.
Mick Ryan, um estrategista e major-general australiano aposentado, chamou a decisão de “muito significativa”.
“Os F-16 têm sensores e sistemas de armas que são iguais ou superam os caças russos”, disse ele à AFP, dizendo que os jatos tornariam a vida “mais difícil” para as aeronaves russas de lançamento de mísseis que operam na Ucrânia e nos arredores.
O principal diplomata da Rússia acusou os líderes do G7 de estarem determinados a “conter” tanto a Rússia quanto a China.
A Rússia foi exilada do então Grupo dos Oito em 2014, quando as forças do presidente Vladimir Putin anexaram a Crimeia.
– ‘Deter e defender’ –
Até agora, o presidente dos EUA, Joe Biden, vetou efetivamente a transferência de F-16 fabricados nos EUA, com autoridades citando longos tempos de treinamento de pilotos e o risco de escalar o conflito com a Rússia.
O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, insistiu que não houve reviravolta na política dos EUA e que a decisão foi baseada nas “exigências do conflito”.
Ele acrescentou que a Ucrânia se comprometeu a não usar equipamento militar dos EUA para atingir alvos dentro da Rússia.
“Faremos tudo o que pudermos para apoiar a Ucrânia em sua defesa de sua soberania e integridade territorial, e também vamos proceder de forma a evitar a Terceira Guerra Mundial”, disse ele.
Com o veto dos EUA suspenso, o primeiro-ministro Rishi Sunak anunciou rapidamente que a Grã-Bretanha “trabalharia em conjunto com os EUA e a Holanda, a Bélgica e a Dinamarca para obter a capacidade aérea de combate de que a Ucrânia precisa”.
– ‘Militarização’ –
Antes da chegada de Zelensky, os líderes do G7 também apontaram para a China, denunciando os esforços para “armar” o comércio e as cadeias de suprimentos, dizendo que “falhariam e enfrentariam as consequências” – um golpe velado.
O grupo disse que também trataria de vulnerabilidades nas cadeias de suprimentos de “bens críticos”, como minerais, semicondutores e baterias.
“O que fizemos ao longo de 20 anos com a China, encorajando o desenvolvimento, estava certo, mas talvez devêssemos ter sido mais cuidadosos com materiais críticos, cadeias de suprimentos e esses elementos”, disse um funcionário da UE.
O grupo também alertou a China contra sua “militarização” no Mar da China Meridional e instou Pequim a pressionar a Rússia a encerrar sua invasão da Ucrânia.
O G7 insistiu, porém, que ainda busca “relações construtivas e estáveis” com a China.
A China reagiu no final do sábado, expressando sua “forte insatisfação” com o comunicado final do G7.
(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado – AFP)
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