Seis civis foram mortos e 10 feridos em um cerco de seis horas por militantes islâmicos do Al-Shabaab em um hotel à beira-mar na capital da Somália, Mogadíscio, informou a polícia no sábado.
Os jihadistas ligados à Al-Qaeda vêm travando uma insurgência contra o governo federal apoiado internacionalmente há mais de 15 anos e frequentemente têm como alvo hotéis, que tendem a hospedar altos funcionários somalis e estrangeiros.
“Seis civis foram martirizados no ataque… e outros 10 ficaram feridos. Três bravos membros das forças de segurança foram martirizados durante a operação de resgate”, disse a Força Policial da Somália em um comunicado.
O ataque, pelo qual o Al-Shabaab reivindicou a responsabilidade, começou pouco antes das 20h de sexta-feira (17h GMT), quando sete atacantes invadiram o hotel Pearl Beach, um local popular na praia de Lido ao longo da costa de Mogadíscio.
Terminou por volta das 2h, segundo a polícia, após um violento tiroteio entre as forças de segurança e os militantes, todos mortos durante a batalha.
“As forças de segurança conseguiram resgatar 84 pessoas, entre mulheres, crianças e idosos”, acrescenta o comunicado da polícia.
Testemunhas relataram ter ouvido tiros e explosões no hotel na praia do Lido.
“Eu estava perto do restaurante Pearl Beach quando (uma) forte explosão ocorreu em frente ao prédio”, disse à AFP uma testemunha, Abdirahim Ali.
“Consegui fugir, mas depois houve intenso tiroteio e as forças de segurança correram para a área”.
Yaasin Nur estava no restaurante e disse à AFP que estava “cheio de gente porque foi reformado recentemente”.
“Estou preocupado porque há vários colegas meus que foram lá e dois deles não respondem ao telefone”, disse.
Várias ambulâncias também estavam estacionadas nas proximidades, disse um jornalista da AFP.
‘Guerra total’
O ataque na praia de Lido destacou os problemas de segurança endêmicos no país do Chifre da África, que luta para emergir de décadas de conflito e desastres naturais.
O Al-Shabaab, que foi expulso das principais vilas e cidades da Somália por uma força da União Africana, ainda controla grandes áreas do interior e continua a realizar ataques contra segurança e alvos civis, inclusive na capital.
No ano passado, o presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, lançou uma “guerra total” contra o Al-Shabaab, reunindo somalis para ajudar a expulsar membros do grupo jihadista que ele descreveu como “percevejos”.
Sua promessa veio depois que 21 pessoas foram mortas e outras 117 ficaram feridas em um cerco do Al-Shabaab a um hotel de Mogadíscio em agosto de 2022, que durou 30 horas.
Esse ataque levantou sérias questões sobre as forças de segurança, que falharam em proteger um distrito administrativo fortemente protegido.
Dois meses depois, dois carros-bomba em Mogadíscio mataram 121 pessoas e feriram 333 no ataque mais mortal do país em cinco anos.
O exército e as milícias conhecidas como “macawisley” retomaram nos últimos meses faixas de território no centro do país em uma operação apoiada pela missão da União Africana ATMIS e por ataques aéreos dos Estados Unidos.
Mas combatentes do Al-Shabaab mataram 54 pacificadores de Uganda no mês passado em um ataque a uma base da União Africana na cidade de Bulo Marer, no sul.
Em agosto de 2020, o Al-Shabaab lançou um ataque em larga escala ao Elite, outro hotel na praia do Lido popular entre as autoridades, matando 10 civis e um policial.
As forças de segurança levaram quatro horas para recuperar o controle do local naquele ataque.
A ONU disse em novembro que pelo menos 613 civis foram mortos e 948 feridos na violência na Somália no ano passado, a maioria causada por dispositivos explosivos improvisados (IEDs) atribuídos ao Al-Shabaab.
Os números foram os mais altos desde 2017 e um aumento de mais de 30% em relação ao ano anterior.
(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado – AFP)
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