Um pequeno veículo subaquático com cinco pessoas a bordo que foi visitar os restos do Titanic no fundo do mar ainda não foi encontrado, mesmo após um grande esforço de busca.
No entanto, houve relatos de sons de batidas na área. Aeronaves canadenses detectaram ruídos subaquáticos, mas a fonte dos sons não pôde ser determinada pela Guarda Costeira dos EUA, um CNN relatório disse.
Um memorando do governo mencionou que as equipes de busca ouviram sons de batidas em intervalos regulares, e ainda há esperança para os sobreviventes com base no feedback dos sinais sonoros subaquáticos, conforme o relatório.
Como desapareceu, quem estava a bordo?
O submersível Titan, que se dirigia para os famosos destroços do Titanic na costa de Newfoundland, no Canadá, perdeu contato com seu navio de apoio. As pessoas a bordo do submersível só têm oxigênio suficiente por alguns dias, de acordo com CNN.
O submersível fazia parte de uma jornada de oito dias organizada pela OceanGate Expeditions, com um preço de US$ 250.000 por pessoa.
A viagem começou em Newfoundland e envolveu uma jornada de 400 milhas náuticas até o local do naufrágio, localizado a cerca de 900 milhas (1.450 quilômetros) da costa de Cape Cod, Massachusetts.
Durante a descida ao naufrágio, o submersível perdeu contato com o navio de apoio. As operações de busca foram iniciadas no mesmo dia.
Os nomes dos cinco indivíduos desaparecidos não foram divulgados oficialmente, mas foi confirmado que o empresário britânico Hamish Harding, o mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet, o bilionário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho Sulaiman Dawood estavam entre eles, de acordo com CNN. Acredita-se que a quinta pessoa seja Stockton Rush, CEO e fundador da OceanGate.
Já houve preocupações de segurança sobre a Oceangate antes?
O recente incidente envolvendo o submersível Titan desaparecido provocou discussões sobre a segurança do turismo em alto mar, particularmente com foco na OceanGate, a empresa envolvida, de acordo com CNN.
Ex-funcionários da OceanGate levantaram preocupações sobre a espessura do casco do Titan, sugerindo possíveis problemas de segurança.
Além disso, informações conflitantes surgiram sobre a engenharia e os testes da embarcação, com a declaração de um laboratório de pesquisa indicando discrepâncias.
Apesar do representante legal da OceanGate alegar os recursos de segurança excepcionais do Titan, o Laboratório de Física Aplicada da Universidade de Washington, supostamente envolvido em seu desenvolvimento, negou qualquer associação com o projeto, engenharia ou teste do submersível.
Os líderes da indústria também expressaram preocupação com a “abordagem experimental” da OceanGate para o submersível Titan e sua expedição Titanic, conforme destacado em uma carta enviada ao CEO desaparecido, Stockton Rush, pelo comitê de Veículos Subaquáticos Tripulados da Marine Technology Society em 2018. A carta alertou sobre possíveis resultados negativos com sérias consequências para a indústria.
Os passageiros que estavam prestes a embarcar nos submarinos da OceanGate para a expedição aos destroços do Titanic receberam um contrato alertando-os sobre os riscos potenciais envolvidos. O contrato afirmava que a expedição não havia sido aprovada ou certificada por nenhum órgão regulador e que acarretava a possibilidade de lesão física, invalidez, trauma de movimento ou até morte, de acordo com um relatório da O Independente.
Um olhar mais profundo sobre os problemas
Houve vários sinais de alerta sobre possíveis problemas com o submarino Titan da OceanGate. Um ex-funcionário, David Lochridge, entrou com uma ação alegando que foi demitido por levantar preocupações sobre questões de segurança do navio.
Essas preocupações incluíam falhas no casco, materiais inflamáveis a bordo, uma janela de visualização inadequada e falta de documentos de segurança. Lochridge pressionou por mais testes e avaliações de terceiros, mas foi encerrado quando se recusou a autorizar testes tripulados sem varreduras do casco.
Além disso, uma carta da indústria em 2018 expressou preocupação unânime sobre a decisão da empresa de não buscar avaliação e testes externos, enfatizando a importância das salvaguardas em submersíveis.
Como a empresa se defendeu?
Em um post de blog em 2019, a OceanGate defendeu sua decisão de não ter seu submarino “classificado” por um avaliador externo, afirmando que a maioria dos acidentes marítimos é causada por erro do operador e não por falha mecânica, o relatório de O Independente disse.
Eles argumentaram que focar apenas na classificação de embarcações não aborda os riscos operacionais e enfatizaram a importância de manter um alto nível de segurança operacional por meio de esforço constante e uma forte cultura corporativa.
No mesmo ano, o CEO Stockton Rush expressou preocupação de que os regulamentos submarinos estivessem atrapalhando a inovação em uma entrevista à Smithsonian Magazine. Em 2020, ele mencionou que o casco do submarino estava passando por “fadiga cíclica”, um problema técnico sobre o qual o ex-funcionário David Lochridge teria levantado preocupações.
A empresa realizou testes, incluindo um mergulho de 4.000 metros de profundidade nas Bahamas, e rebaixou temporariamente a classificação de profundidade do casco do submarino Titanic para 3.000 metros, que é 1.000 metros a menos que a profundidade do Titanic, disse o relatório.
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