O general Sergei Surovikin, vice-comandante das operações militares da Rússia na Ucrânia, que não é visto em público desde o levante fracassado do Grupo Wagner no mês passado, está “descansando”, de acordo com um legislador sênior.
Andrei Kartapolov, chefe do Comitê de Defesa da Duma Estatal, foi ouvido dizendo a um repórter em um vídeo postado na mídia social na quarta-feira: “Surovikin está descansando no momento. [He is] não está disponível por enquanto.”
A resposta irreverente de Kartapolov a uma pergunta sobre o status de Surovikin ecoou comentários anteriores relatados por vários canais de notícias do Telegram, dizendo que o general estava descansando “em um dos resorts do Cáucaso”.
Enquanto isso, o canal de notícias russo Telegram independente Verstka informou quarta-feira, citando fontes anônimas, que Surovikin foi detido e interrogado pelo braço de contra-espionagem do FSB, o serviço de segurança da Rússia, sob suspeita de participar da organização da insurreição do Grupo Wagner. Mas até agora, ele não foi acusado de nenhum crime.
“Surovikin está isolado e não se comunica com seus parentes há mais de duas semanas”, segundo uma fonte familiarizada com o assunto falando com Verstka.
Surovikin, apelidado de “General Armageddon” pela mídia russa por suas táticas brutais durante a campanha militar na Síria, foi visto pela última vez quando divulgou um vídeo instando mercenários amotinados de Wagner a deporem suas armas.
O apelo televisivo do temível general foi comparado por muitos a um “vídeo de refém”.
Surovikin, que teria tido boas relações com o chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, supostamente tinha conhecimento prévio da rebelião de curta duração, de acordo com um relatório do New York Times baseado em um briefing de inteligência dos EUA.
O influente canal pró-guerra Rybar Telegram da Rússia relatou posteriormente alegações não confirmadas de que Surovikin havia sido preso e submetido a interrogatório por causa de seus laços com Wagner.
Alguns meios de comunicação afirmaram, sem provas, que Surovikin havia sido jogado na notória prisão de Lefortovo, em Moscou. Uma fonte falando com Bloomberg argumentou que o general estava “em algum lugar”, mas não atrás das grades.
O Kremlin rapidamente rejeitou as alegações sobre o destino de Surovikin como “especulação” e “fofoca” – mas se recusou a responder diretamente a perguntas sobre o paradeiro do general.
Quando perguntado se o presidente Vladimir Putin ainda confiava em Surovikin, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, ofereceu uma resposta caracteristicamente evasiva: “[Putin] é o comandante-em-chefe supremo e trabalha com o ministro da Defesa e com o chefe do Estado-Maior.”
Nos dias após Prigozhin concordar com uma trégua com o Kremlin, negociada com o líder da Bielo-Rússia, a filha de Surovikin, Veronica Surovikina, negou relatos de que seu pai havia sido preso.
“Nada aconteceu com ele, ele está em seu local de trabalho”, disse ela ao canal de notícias russo Baza no mês passado.
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