A cidade portuária ucraniana de Odesa sofreu um novo ataque de mísseis russos no início do domingo, poucas horas antes de o presidente Vladimir Putin realizar uma cúpula com seu fiel aliado da Bielo-Rússia, Alexander Lukashenko.
No encontro em São Petersburgo, a dupla planeja discutir a “parceria e aliança estratégica” entre seus países, segundo o Kremlin.
Será a primeira vez que eles se encontram desde que Lukashenko ajudou a acabar com um motim dramático de mercenários russos do grupo Wagner.
Horas antes do encontro, ataques russos atingiram Odesa, que foi bombardeada várias vezes desde o início da invasão.
“Infelizmente, temos um civil morto como resultado do ataque terrorista noturno dos russos em Odesa”, disse o governador regional Oleg Kiper no Telegram.
Anteriormente, ele havia relatado “18 vítimas, incluindo quatro crianças”, em um ataque russo às 3h00 (0000 GMT).
“Catorze pessoas foram internadas nos hospitais da cidade, três delas eram crianças”, disse.
O Comando Operacional do Sul da Ucrânia disse que Odesa foi alvo de pelo menos cinco tipos de mísseis, incluindo mísseis de cruzeiro Kalibr.
“As forças de defesa aérea destruíram uma quantidade significativa de mísseis”, afirmou.
“O restante causou danos à infraestrutura portuária” e a vários edifícios, afirmou, acrescentando que um míssil atingiu a catedral ortodoxa no centro da cidade.
A Catedral Ortodoxa da Transfiguração em Odesa foi danificada, de acordo com um vídeo publicado pela prefeitura em seu canal Telegram.
Dezenove pessoas ficaram feridas no ataque noturno, incluindo quatro crianças, informou o exército.
O porto estratégico está sob ataque repetido desde que Moscou desistiu de um acordo de exportação de grãos na semana passada.
– Ataque de drones na Crimeia –
O chefe do gabinete presidencial da Ucrânia, Andriy Yermak, repetiu o pedido de Kiev por mais mísseis e sistemas de defesa após o último ataque a Odesa.
“O inimigo deve ser privado da capacidade de atingir civis e infraestrutura. Mais sistemas de defesa antimísseis, bem como ATACMS – isso ajudará a Ucrânia”, disse ele no Telegram, referindo-se aos mísseis táticos de longo alcance que Kiev deseja que Washington forneça.
Odesa foi bombardeada várias vezes desde o início da invasão e, em janeiro, a agência cultural das Nações Unidas, UNESCO, designou o centro histórico da cidade como Patrimônio Mundial em Perigo.
Kiev acusou a Rússia de visar o fornecimento de grãos e a infraestrutura vital para qualquer retomada das exportações ucranianas de grãos.
Moscou alegou que visava apenas locais militares.
O ataque a Odesa ocorre um dia depois que um drone ucraniano explodiu um depósito de munição na Crimeia, forçando a evacuação da população do entorno e a suspensão temporária do tráfego ferroviário na península anexada pela Rússia em 2014.
Moscou também culpou o Ocidente e Kiev pela morte de um correspondente de guerra russo na região de Zaporizhzhia, no sul, dizendo que ele foi morto por munições cluster e prometendo uma “resposta” contra os responsáveis.
O ataque visava “instalações militares”, disse à AFP uma fonte do exército ucraniano.
O ataque da Rússia a Odesa ocorre dias depois que Moscou disse que suas forças realizaram exercícios de tiro real usando mísseis de cruzeiro no Mar Negro, onde as tensões aumentaram desde o término de um importante acordo de exportação que permitiu o embarque seguro de grãos dos portos ucranianos.
A nordeste de Odesa, na região de Zaporizhzhia que abriga a maior usina nuclear da Europa, as forças russas repeliram “três ataques das forças armadas da Ucrânia na direção de Rabotino”, segundo a agência de notícias russa TASS, citando o chefe do centro de imprensa das forças, Oleg Chekhov.
Ele disse que “tanques, veículos de combate de infantaria” e pessoal ucraniano foram “destruídos”.
A usina nuclear de Zaporizhzhia foi tomada pelas forças russas nos primeiros dias da invasão.
(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado – AFP)
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