Um cidadão americano nascido na Rússia, já preso por corrupção, agora enfrenta novas acusações de espionagem em Moscou, informaram agências de notícias estatais.
O tribunal de Lefortovo, na capital russa, autorizou na quinta-feira a detenção de Gene Spector pelas acusações puníveis com 10 a 20 anos de prisão – mas não divulgou nenhum detalhe do caso, de acordo com as agências de notícias RIA e TASS.
“O tribunal concedeu o pedido da investigação para deter um cidadão americano Spector sob acusações de acordo com o Artigo 276 (espionagem) do Código Penal da Federação Russa”, disse a TASS citando uma fonte no tribunal.
A audiência do tribunal foi realizada a portas fechadas porque os materiais do caso foram confidenciais.
Spector, que nasceu no que hoje é São Petersburgo e depois se mudou para os EUA, onde se tornou cidadão, atuou anteriormente como presidente do conselho do Medpolymerprom Group, uma empresa de equipamentos médicos.
Em setembro de 2022, Spector foi condenado a 3,5 anos de prisão após se declarar culpado de subornar um assessor do ex-vice-primeiro-ministro russo Arkady Dvorkovich, de acordo com reportagens locais.
A assessora, Anastasia Alekseyeva, foi condenada a 12 anos em abril por aceitar subornos na forma de duas férias de luxo na Tailândia e na República Dominicana.
Dvorkovich serviu sob o ex-presidente e primeiro-ministro Dmitry Medvedev em 2012-2018. Ele também é presidente do conselho das ferrovias estatais da Rússia e chefe da federação internacional de xadrez FIDE.
O porta-voz da Casa Branca, John Kirby, disse à CNN que o governo Biden ainda estava reunindo informações sobre o caso de Spector e ainda não tinha comentários sobre as novas acusações.
Um porta-voz do Departamento de Estado disse que estava ciente dos relatos de acusações contra um cidadão americano na Rússia e estava monitorando a situação.
O presidente Biden está enfrentando pressão crescente para garantir a libertação de vários americanos detidos injustamente na Rússia, incluindo o repórter do Wall Street Journal Evan Gershkovich e o ex-fuzileiro naval dos EUA Paul Whelan.
O Kremlin confirmou que manteve algumas conversas com Washington sobre os detidos, mas disse repetidamente que as trocas de prisioneiros só podem ser consideradas após os julgamentos.
Gershkovich foi preso em março por suspeita de espionagem contra a Rússia. Tanto o governo dos EUA quanto o Wall Street Journal negaram as alegações do Kremlin de que o repórter foi pego “em flagrante”.
Whelan está cumprindo uma sentença de 16 anos em uma colônia penal russa na República da Mordóvia depois de ser condenado por acusações de espionagem que Washington também rejeitou como uma farsa.
O secretário de Estado, Antony Blinken, falou por telefone com Whelan na quarta-feira. Durante a ligação, Blinken disse a Whelan para “manter a fé” e prometeu “estamos fazendo todo o possível para trazê-lo para casa o mais rápido possível”. fonte disse à CNNque primeiro relatou a conversa.
Em dezembro passado, a estrela da WNBA Brittney Griner foi libertada como parte de uma troca de prisioneiros de alto nível pelo notório traficante de armas russo Viktor Bout, apelidado de “Comerciante da Morte”.
A troca ocorreu somente depois que Griner foi condenado a nove anos por possuir cartuchos vape contendo óleo de cannabis.
Funcionários de Washington negociando a libertação de Griner pressionaram para que Whelan também fosse incluído no acordo, mas Moscou não cedeu.
Com fios Postais
Discussão sobre isso post