Em meio a forte segurança, os equatorianos foram às urnas no domingo em uma eleição presidencial manchada pelo assassinato de um dos principais candidatos, enquanto a outrora pacífica nação sofre com a violência alimentada pelo comércio ilícito global de drogas.
O assassinato do pré-candidato Fernando Villavicencio durante a campanha, apenas 11 dias antes da votação, traumatizou o país e embaralhou as cartas eleitorais, com nenhum dos oito candidatos esperando obter a maioria absoluta, provavelmente forçando um segundo turno em 15 de outubro.
“O problema mais sério é a insegurança”, disse a eleitora Eva Hurtado, 40, ao deixar um posto de votação ao norte da capital Quito na manhã de domingo. “Tantos crimes, assassinatos, desaparecimentos.
As urnas abriram às 7h locais (12h00 GMT) e a votação iria até as 17h00. Soldados com coletes à prova de balas foram mobilizados por todo o país para salvaguardar o processo, e os candidatos presidenciais usavam capacetes e coletes à prova de balas.
Os equatorianos estavam escolhendo um sucessor para o líder conservador Guillermo Lasso, que convocou uma eleição antecipada para evitar um julgamento de impeachment apenas dois anos depois de chegar ao poder.
“O Equador se aproxima deste dia de eleição em uma situação difícil, mas ao mesmo tempo cheio de esperança”, disse Lasso na abertura das urnas.
Ele pediu aos equatorianos que “detenham o avanço de projetos autoritários que põem em risco a estabilidade do país”.
– brutal guerra de gangues –
Por muito tempo uma ilha de estabilidade na América Latina, nos últimos anos o Equador se tornou um playground para a máfia estrangeira que busca exportar cocaína, provocando uma guerra brutal entre gangues locais.
“Os equatorianos vão votar com três sentimentos: medo da insegurança… pessimismo em relação à situação econômica e desconfiança da classe política”, disse à AFP o cientista político Santiago Cahuasqui, da Universidade Internacional SEK.
O eleitor Luis Laguas, que esperava para votar nos arredores de Quito, concordou.
“Infelizmente, este governo não teve inteligência para lidar com a morte, o crime”, disse ele. “É necessária uma mão forte”.
Em 2022, o país atingiu o recorde de 26 assassinatos por 100.000 habitantes, índice superior ao da Colômbia, México ou Brasil.
– ‘Ameaças não nos deterão’ –
Lasso dissolveu o Congresso em maio para evitar um impeachment em meio a um julgamento por corrupção.
Liderando as pesquisas antes do assassinato de Villavicencio estava Luisa González, 45, advogada do partido de esquerda do ex-presidente Rafael Correa.
No entanto, observadores dizem que o assassinato pode ter abalado a corrida.
Villavicencio, que estava em segundo lugar nas pesquisas antes de ser assassinado, foi substituído no último minuto por outro jornalista, Christian Zurita.
“Farei todo o possível para honrar sua palavra, sua consciência, seus pensamentos, sua ética, sua estatura moral”, disse Zurita, de 53 anos, sobre seu colega assassinado durante uma entrevista recente à AFP.
Horas antes da votação, Zurita disse estar recebendo ameaças de morte nas redes sociais.
“As ameaças contra minha vida e minha equipe não vão nos parar, mas estão nos obrigando a adotar protocolos de segurança maiores”, escreveu ele no X, antigo Twitter, acrescentando que seu partido alertou autoridades e observadores eleitorais.
Analistas políticos dizem que o candidato que teve maior aumento de popularidade é o empresário de direita Jan Topic, de 40 anos.
Apelidado de “Rambo”, o ex-pára-quedista e franco-atirador da Legião Estrangeira Francesa prometeu acabar com gangues criminosas e construir mais prisões, imitando Nayib Bukele de El Salvador.
Outros candidatos importantes são o ex-vice-presidente de direita Otto Sonnenholzner e o advogado indígena de esquerda Yaku Perez.
Em um dos países de maior biodiversidade do mundo, dois referendos importantes estão ocorrendo no domingo, juntamente com a eleição.
Um pedirá aos eleitores que escolham se continuarão com a extração de petróleo na Amazônia, e outro se concentrará em proibir as atividades de mineração na floresta Choco Andino.
Para vencer no primeiro turno, o candidato deve obter 40% dos votos ou ficar 10 pontos à frente de seu concorrente mais próximo. Um possível ruVoff está agendado para 15 de outubro.
O novo presidente tomará posse em 26 de outubro e cumprirá apenas o restante do mandato de Lasso, um ano e meio.
Os eleitores também elegerão membros do parlamento de 137 assentos.
Espera-se que os resultados iniciais sejam divulgados no final de domingo, com uma contagem final esperada em 10 dias.
(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado – AFP)
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