Ultima atualização: 16 de setembro de 2023, 07:22 IST
Macron rejeitou durante semanas o apelo para destituir o embaixador francês, uma posição apoiada pela UE que descreveu a exigência como uma provocação. (Imagem: Arquivo Reuters)
Macron acusa os governantes militares do Níger de manterem o enviado francês como refém na embaixada, bloqueando entregas de alimentos
O presidente Emmanuel Macron disse na sexta-feira que o enviado da França ao Níger vive como refém na embaixada francesa e acusou os governantes militares de bloquearem as entregas de alimentos à missão. O embaixador vive de “rações militares”, disse Macron aos jornalistas na cidade francesa de Semur-en-Auxois.
“Neste momento, temos um embaixador e funcionários diplomáticos que estão literalmente mantidos como reféns na embaixada francesa”, disse ele. “Eles estão a impedir as entregas de alimentos”, disse ele, numa aparente referência aos novos governantes militares do Níger. “Ele está comendo rações militares.”
Os líderes militares do Níger disseram ao embaixador francês Sylvain Itte que ele teve de deixar o país depois de terem derrubado o presidente Mohamed Bazoum em 26 de julho. Mas um ultimato de 48 horas para ele sair, emitido em agosto, foi aprovado com ele ainda em vigor, pois o governo francês recusou cumprir ou reconhecer o regime militar como legítimo.
O golpe foi condenado pela França e pela maioria dos vizinhos do Níger. Macron disse que o enviado “não pode sair, ele é persona non grata e está-lhe sendo recusada comida”. Questionado sobre se a França consideraria trazê-lo para casa, Macron disse: “Farei tudo o que concordarmos com o Presidente Bazoum porque ele é a autoridade legítima. e falo com ele todos os dias.”
A ministra das Relações Exteriores, Catherine Colonna, disse mais tarde que o embaixador “está trabalhando” e permaneceria em seu posto pelo tempo que Paris desejasse. “Ele é muito útil para nós com seus contatos e os de sua equipe”, disse Colonna à televisão LCI, acrescentando que o embaixador ainda tinha uma pequena equipe com ele.
A França mantém cerca de 1.500 soldados no Níger e disse no início deste mês que qualquer redistribuição só poderia ser negociada com Bazoum. Os novos líderes do país romperam acordos de cooperação militar com a França e pediram às tropas que partissem rapidamente.
Macron rejeitou durante semanas o apelo para destituir o embaixador francês, uma posição apoiada pela UE que descreveu a exigência como “uma provocação”. Tal como a França, a UE “não reconhece” as autoridades que tomaram o poder no Níger, disse a UE a porta-voz de relações exteriores, Nabila Massrali, no mês passado.
A empobrecida região do Sahel, a sul do Sahara, sofreu o que Macron chamou de uma “epidemia” de golpes de estado nos últimos anos, com regimes militares substituindo governos eleitos no Mali, no Burkina Faso e na Guiné, bem como no Níger.
(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e é publicada no feed de uma agência de notícias sindicalizada – AFP)
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