O cartel responsável pelo massacre de seis adolescentes inocentes no México filmou-os sendo conduzidos à morte e enviou as imagens aos seus pais, segundo relatos locais.
O vídeo mostra um membro armado do cartel com uma máscara de caveira liderando os adolescentes – de 14 a 18 anos – que estão vestidos com capuzes pretos cobrindo o rosto, obscurecendo sua visão e com as mãos amarradas nas costas.
Gângsteres armados seguem os reféns descalços enquanto eles sobem uma montanha no estado de Zacatecas, no centro do México.
Dos sete adolescentes, seis foram mortos e um sétimo foi espancado, mas sobreviveu, disseram as autoridades mexicanas.
No vídeo, parte do qual foi exibido em local news channel Milenio TVpode-se ouvir um “narcocorrido”, um tipo de canção folclórica mexicana que detalha as façanhas dos mafiosos
“A morte está nos olhos deles”, proclama a letra.
Os adolescentes, identificados como amigos e primos pelo Edição mexicana do jornal de língua espanhola El Paisestava aproveitando um fim de semana em família em uma fazenda perto da cidade de Malpaso quando vários veículos carregados com homens armados invadiram a casa às 4h de domingo e sequestraram os meninos.
Seus corpos foram encontrados dias depois em uma área remota que nem sequer tinha estradas que levassem até lá.
O único sobrevivente, Sergio Yobani Acevedo, permanece inconsciente no hospital e não conseguiu falar com os investigadores, segundo a Milenio TV.
Os pais dos adolescentes assassinados divulgaram as imagens à mídia para rebater as alegações das autoridades mexicanas, que negaram que os menores tenham sido sequestrados.
A razão dos sequestros e assassinatos não foi esclarecida e eles abalaram o país, levando muitos a acreditar que cartéis implacáveis estão no comando da área. de acordo com El Pais.
Mesmo com 6.500 membros do Exército Mexicano, da Guarda Nacional e do Secretário Federal de Segurança Pública estacionados no estado, uma onda de violência tomou conta de Zacatecas.
Pelo menos seis cartéis estão em guerra pelo controle do estado, incluindo o Cartel de Nova Geração de Jalisco (CJNG), o Cartel de Sinaloa e o Cartel do Nordeste.
Grupos criminosos menores que recebem ordens dos mafiosos também operam lá.
“São espaços de vazio, há falta de Estado de direito, falta de serviços… nestes espaços, o [criminal] grupos vêm para se esconder”, disse Miguel Moctezuma, do Programa de Segurança Global da Universidade de Oxford, ao El Pais.
“E eles não vivem apenas lá: eles se colocam nessas populações como provedores, administradores de justiça. Eles patrocinam coisas.
Mesmo num país onde os cartéis fazem parte da vida quotidiana, muitos mexicanos sentem que os assassinatos são um sinal de que as coisas estão a extravasar o controlo do governo.
“18 anos após o início da ‘Guerra contra o Narcos’, somos um país que tem em média 85-93 assassinatos dolorosos por dia”, disse o jornalista do Grupo Fórmula Oscar Belman.
Belman apresentou três teorias por trás do massacre dos adolescentes, dizendo que os membros do cartel poderiam estar tentando se vingar dos rivais e visando erroneamente os adolescentes; uma nova forma de tomada de reféns em grupo destinada a extorquir dinheiro das famílias; ou simplesmente uma nova forma de espalhar o terror.
“O que isto mostra é que a violência dos cartéis em Zacatecas não é controlada. Realmente não há direitos”, acrescentou.
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