Uma estação de rádio da Carolina do Norte anunciou que não irá transmitir seis óperas contemporâneas do Metropolitan Opera de Nova Iorque nesta temporada devido ao seu conteúdo “inapropriado” – citando “linguagem”, temas LGBTQ e “fontes não bíblicas” entre as suas razões.
WCPE, um programa financiado por ouvintes estação de música clássica que atende a área de Raleigh-Durham, está protestando contra a decisão do Met de exibir obras recentemente escritas por compositores de uma ampla variedade de origens raciais e sociais, NPR relatado.
Em carta aos ouvintes em 31 de agosto, a gerente geral do WCPE, Deborah S. Proctor disse a emissora questionou sete óperas em particular – seis que estão programadas para a temporada 2023-2024 e uma que foi ao ar no início deste ano. Ela pediu feedback aos ouvintes.
A carta de Proctor ganhou ampla atenção esta semana depois de circular nas redes sociais.
A maioria das objeções da WCPE está relacionada a representações de violência, linguagem ou à presença de material LGBTQ.
Numa ópera, Proctor disse que se opõe à interpretação “não-bíblica” do nascimento de Jesus por parte de um compositor.
“Todas as faixas etárias ouvem nossas estações; queremos que os pais saibam que podem deixar nossa estação tocando para seus filhos porque nossas transmissões não têm temas maduros ou linguagem chula”, escreveu Proctor na carta.
Proctor disse à NPR que a carta foi enviada por correio para 10.000 membros apoiadores do WCPE, dos quais cerca de 1.000 responderam. Dos que responderam, 90% aprovaram manter as óperas contemporâneas fora do ar. Ela disse que espera anunciar uma decisão depois de receber 2.000 respostas.
“Se o Met quiser divulgá-los como uma organização com ingressos, com pessoas vindo se sentar em seu local, para pessoas que optam por estar lá, isso é uma coisa”, disse Proctor ao canal na quinta-feira. “Mas transmitir essas coisas para qualquer pessoa que possa sintonizar é algo totalmente diferente.”
Um aviso de conteúdo antes da exibição das óperas não seria um aviso suficiente para os ouvintes, argumentou ela.
A carta indignou os fãs de ópera, mas apesar da reação negativa, Proctor insiste que não está “proibindo” as obras.
“Só estou dizendo que nesta estação sobre a qual me foi concedida jurisdição – e mais de 90 por cento das pessoas que responderam à pesquisa concordam comigo – não deveria estar nesta estação.”
Uma das polêmicas produções do Met na lista daquela estação é o aclamado pela crítica “Homem Morto Andando” – que é baseado em uma história real e abre com uma representação gráfica de estupro e assassinato de dois adolescentes e termina em outra brutal, segundo a NPR.
É supostamente a ópera escrita mais amplamente executada no século XX.
Outros da lista são: “The Hours” (2022) do compositor Kevin Puts, que traz um suicídio; a ópera-oratório “El Niño” (2000), de John Adams, que reconta o presépio; a ópera “Champion” (2023), de Terence Blanchard, sobre o boxeador gay da vida real Emile Griffith; o biográfico “X: The Life and Times of Malcolm X” (1986), de Anthony Davis e Thulani Davis; e a ópera “Florencia en el Amazonas” (1996), do compositor mexicano Daniel Catán.
Contactado pela NPR, o Metropolitan Opera disse não ter ouvido falar da decisão da WCPE.
O Post entrou em contato com o Metropolitan Opera para comentar.
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