Última atualização: 24 de novembro de 2023, 11h38 IST
O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, conversa com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, antes de uma reunião de líderes econômicos no último dia da Semana dos Líderes da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) em São Francisco, Califórnia, em 17 de novembro de 2023. ( Foto AFP)
Coreia do Sul, Japão e China manterão conversações trilaterais em meio a tensões regionais. Disputas diplomáticas, ações da Coreia do Norte e preocupações de segurança moldam a agenda
Os ministros das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Japão e China realizarão suas primeiras negociações trilaterais desde 2019 neste fim de semana em Busan, disse o Ministério das Relações Exteriores de Seul na sexta-feira.
A reunião de domingo na cidade portuária do sul verá Park Jin, Yoko Kamikawa e Wang Yi se reunirem tendo como pano de fundo as crescentes preocupações de Pequim sobre o aprofundamento dos laços de segurança de Tóquio e Seul com Washington.
O anúncio surge dias depois de a Coreia do Norte ter colocado com sucesso o seu primeiro satélite espião militar em órbita, provocando a suspensão de um acordo militar de cinco anos entre as duas Coreias, destinado a diminuir as tensões na península. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, alertou no início deste mês que os laços militares entre a Coreia do Norte e a Rússia eram “crescentes e perigosos” e apelou à China, principal aliada de Pyongyang, para conter o Norte, que possui armas nucleares.
Na reunião de domingo, os ministros dos Negócios Estrangeiros “planeiam trocar opiniões extensivamente sobre a direção do desenvolvimento da cooperação trilateral e das situações regionais e internacionais”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Seul num comunicado. Os principais diplomatas também prepararão a mesa para uma futura cimeira trilateral entre os líderes dos três países, acrescentou.
Nenhuma cimeira de líderes foi realizada desde 2019, em parte devido a disputas diplomáticas e históricas entre a Coreia do Sul e o antigo governante colonial Japão. As disputas legais sobre o domínio do Japão sobre a península entre 1910 e 1945 persistem entre os dois países. Na quinta-feira, uma decisão judicial sul-coreana ordenou que o Japão compensasse 16 mulheres pela escravatura sexual forçada durante a Segunda Guerra Mundial, anulando uma decisão de um tribunal inferior que tinha rejeitado o caso.
O ministro das Relações Exteriores do Japão, Kamikawa, disse que a decisão era “claramente contrária ao direito internacional e aos acordos entre os dois países” e “absolutamente inaceitável”. Pequim, por sua vez, é o maior parceiro comercial de Seul, mas também o principal aliado e benfeitor económico da Coreia do Norte.
– ‘Descortesia diplomática’ –
Com a ameaça crescente apresentada pelo Norte, que possui armas nucleares, o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, tomou medidas para fortalecer os laços entre Seul e Washington, seu aliado de longa data.
Ele também procurou enterrar a machadinha com o Japão, outro aliado próximo dos EUA. Em Agosto, disseram que um “novo capítulo” de estreita cooperação tripartida em matéria de segurança estava a começar, após uma cimeira histórica em Camp David, nos Estados Unidos. Pequim apresentou queixas sobre uma declaração divulgada na cimeira, na qual os três aliados criticavam o “comportamento agressivo” da China no Mar do Sul da China.
A China também reivindica o autogovernado Taiwan como seu território, prometendo tomá-lo um dia, e autoridades em Washington – o aliado mais importante de Taipei – citaram 2027 como um possível cronograma para uma invasão. Em Abril, Yoon da Coreia do Sul disse que as tensões sobre Taiwan se deviam a “tentativas de mudar o status quo pela força”. O comentário resultou numa retaliação diplomática, com Pequim a apresentar um protesto que Seul condenou como uma “séria descortesia diplomática”.
(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e é publicada no feed de uma agência de notícias sindicalizada – AFP)
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