Um dos oficiais mais importantes de Vladimir Putin prometeu testemunhar contra o presidente russo.
Igor Salikov é um ex-coronel do serviço de inteligência militar (GRU) do Ministério da Defesa da Rússia, que também trabalhou anteriormente como instrutor sênior no Grupo Wagner.
O ex-comandante do Redut, segundo a emissora pública holandesa NPO1, optou por testemunhar sobre os crimes de guerra da Rússia na Ucrânia no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia.
Os relatórios dizem que Salikov testemunhou “operações de bandeira falsa” em Donbass e “atrocidades contra civis”, incluindo a tortura e execução de prisioneiros de guerra.
Outros crimes que afirma ter visto incluíram o rapto de crianças que foram “transportadas através da fronteira para a Bielorrússia”.
Salikov deixou a Rússia junto com sua família em junho de 2022, voando para a Cidade do Cabo, na África do Sul, e depois para a Holanda. Ele agora pretende buscar asilo político.
Durante uma entrevista à emissora holandesa, o homem de 60 anos disse: “Vi pessoas dos serviços secretos levarem um grande número de crianças sem pais através da fronteira para a Bielorrússia”.
O POLITICO informou que Salikov disse que os supostos crimes de guerra foram cometidos por ordem do Ministério – além de terem vindo diretamente dos escritórios de Putin.
Em março, um mandado de prisão foi emitido para Putin pelo TPI devido às alegações relativas à transferência de crianças para a Rússia depois que o país invadiu a Ucrânia.
Kiev e outros aliados europeus e ocidentais continuaram a pressionar pela criação de um tribunal para investigar os “crimes de agressão” da Rússia durante a guerra.
Segundo Salikov, ele deixou a Rússia depois de se recusar a cumprir uma ordem de execução de civis e que “perdeu a fé na causa russa”.
Isto acontece no momento em que Putin anuncia que está disposto a falar sobre um acordo de paz – uma afirmação que as autoridades ocidentais acreditam que só acontecerá depois das eleições presidenciais dos EUA, em Novembro.
Putin disse aos seus aliados mais próximos numa reunião: “Na Ucrânia, aqueles que são agressivos em relação à Rússia, e na Europa e nos Estados Unidos – querem negociar?
“Deixe-os. Mas faremos isso com base em nossos interesses nacionais. Não abriremos mão do que é nosso.”
Discussão sobre isso post